Nakano critica posicionamentos de FHC e de Lula
O diretor da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (EESP-FGV) e ex-secretário da Fazenda do Estado de São Paulo na gestão Mário Covas, Yoshiaki Nakano, desferiu nesta terça-feira, 20, críticas aos posicionamentos políticos dos ex-presidentes da República Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) neste momento em que os partidos se posicionam para definir seus candidatos à Presidência da República.
Sem citar nominalmente os dos líderes políticos, Nakano os acusou de trabalharem contra a modernização e renovação da política no Brasil. “Não temos muito a tradição de usar uma palavra latino-americana, de caudilho, que é um reizinho que pode nomear o sucessor”, disse, acrescentando que um trabalha contra o próprio partido e se promove.
Nakano, cujo nome tem sido ventilado para compor a equipe econômica de uma eventual campanha tucana de Geraldo Alckmin, se referia ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que tem defendido abertamente a candidatura do apresentador de televisão Luciano Huck.
“Um já conseguiu fazer seu sucessor, que foi uma tragédia, e o outro quer pinçar de algum lugar o que ele chama de novo e é absolutamente o contrário. É o oportunismo de um apresentador de televisão que não tem nenhuma experiência política, não tem ideias e quer ser o presidente da República, o primeiro mandatário do País”, criticou Nakano. De acordo com ele, isso não é renovação nem novidade já que Silvio Santos e outros já tentaram chegar à Presidência do País.
“É um quadro que é extremamente complicado dentro do qual não se adianta nem se discutir economia. Como vai se implementar reformas para que a economia brasileira volte a crescer a taxas decentes”, disse. Para o ex-secretário, o Brasil tem todas as condições de voltar a crescer 5%, 6% com uma boa política como estão fazendo países como a Índia e a China. “Mas para isso é preciso promover reformas que ajudem a destravar o País”, receitou Nakano.
O ex-secretário fez estas afirmações ao abrir o seminário “Política Macroeconômica para uma Recuperação Sustentável da Economia”, promovido pela EESP-FGV nesta terça-feira.