Nadadora da delegação brasileira expulsa das Olimpíadas contrata advogados
A nadadora Ana Carolina Vieira, expulsa da delegação brasileira que disputa os Jogos Olímpicos de Paris, contratou um escritório de advogacia para analisar as condições em que ela foi desligada do Time Brasil.
Em nota divulgada nesta terça-feira (6), os defensores afirmam que “medidas necessárias serão tomadas para que os fatos sejam efetivamente apurados perante os órgãos competentes”.
O documento divulgado pela atleta em sua página no Instagram afirma que ela está em um período de “reestabelecimento psicológico”, pois “os danos do desligamento são irreparáveis do ponto de vista psicológico e profissional”, descreve a nota.
Os advogados contratos por Ana Carolina afirmam, ainda, que ela foi desligada sem ter direito de fazer sua defesa e defende que seu comportamento foi motivado apenas pelo objetivo de defender os interesses de sua equipe.
A nadadora teria tido um discussão ríspida com os membros da comissão técnica. O motivo da briga teria sido a decisão de retirar a nadadora Maria Fernanda Costa, a Mafê, da equipe que disputaria os 4 x 200 m livre, em que há revezamento dos atletas. Ana Carolina teria ficado inconformada com a perda da colega mais competitiva da equipe no revezamento, e se rebelou.
“Movida por um senso de patriotismo, sabendo que a decisão influenciaria diretamente no desempenho da equipe, Ana Carolina, em nome da equipe, se insurgiu, o que jamais poderá se confundir com agressividade ou desrespeito”, afirmam os defensores.
Ana Carolina teve sua expulsão anunciada pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil) no domingo (28).
Segundo a entidade, a atleta deixou a Vila Olímpica sem autorização junto com o namorado na noite de sexta-feira (26). Enquanto ele sofreu uma advertência, ela foi expulsa. De acordo com a entidade, pesou contra ela a suposta discussão com a comissão técnica.
Leia nota na íntegra:
“ANA CAROLINA VIEIRA, nadadora profissional de 22 anos, integrou o Time Brasil em sua modalidade nas Olimpíadas de Tóquio (2020) e Paris (2024), neste ato representado por seus advogados, informa que irá se manifestar publicamente em momento oportuno, pois encontra-se em período de restabelecimento psicológico com acompanhamento profissional em virtude de todo ocorrido envolvendo o seu nome como profissional e, sobretudo, sua dignidade como mulher.
No entanto, desde já afirma que em sua passagem nas Olimpíadas de Paris cumpriu com todas as suas obrigações profissionais, defendendo orgulhosamente sua equipe e, acima de tudo, o Brasil.
Diferentemente do que foi veiculado, no último dia 25, no período da tarde, em período de folga, a atleta e seu companheiro, também nadador, GABRIEL DA SILVA SANTOS (juntos há mais de 4 anos) se dirigiram à Torre Eiffel a fim de registrarem o momento que estavam vivendo em suas carreiras, ato realizado por incontáveis atletas das mais diversas modalidades.
A ida ao ponto turistico durou aproximadamente 1h e 15min e o traslado foi realizado com veículos oficiais disponibilizados aos competidores.
Em data de 26.07.2024 as atletas que realizariam a prova de 4×100 livre no dia seguinte (27.07.24), através de uma deliberação injustificada da Comissão Técnica, foram informadas que uma das nadadoras que compunham o revezamento seria substituída. Movida por um senso de patriotismo, sabendo que a decisão influenciaria diretamente no desempenho da equipe, ANA CAROLINA, em nome da equipe, se insurgiu, o que jamais poderá se confundir com agressividade ou desrespeito.
No entanto, ANA CAROLINA, em 28.07.2024, foi comunicada de seu desligamento, ocorrido de forma completamente arbitrária e sem qualquer possibilidade de defesa. Desolada e sem entender o efetivo motivo da medida, ANA CAROLINA se viu em completo desamparo por parte dos responsáveis pela missão.
Os danos do desligamento são irreparáveis do ponto de vista psicológico e profissional, uma vez que o fato repercutiu mundialmente de forma distorcida e à margem da verdade.
No mais, informamos que as medidas necessárias serão tomadas para que os fatos sejam efetivamente apurados perante os órgãos competentes.”
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POR EDUARDO MARINI