Região registra 3,7 criadouros do Aedes Aegypti por residência
Balanço inédito realizado pela Secretaria de Estado da Saúde, por meio do Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) aponta que em cada residência da região de Marília existem, em média, ao menos 3,7 focos do mosquito transmissor de dengue, zika e chikungunya.
A pesquisa classificou os tipos de recipientes em: depósitos elevados (sótãos); depósitos não elevados (porões); móveis (vasos de plantas, garrafa pet, potes plásticos); fixos (calhas, lajes, piscinas) pneus; passíveis de remoção (toldos, entulhos, sucatas) e os naturais (plantas, ocos de árvore, bambu por exemplo).
A maior prevalência de larvas do Aedes é em recipientes móveis, chegando a 1,9 criadouros por casa vistoriada. Os depósitos elevados e não elevados, bem como os recipientes naturais e pneus apresentaram índices pouco expressivos, mas também é preciso manter atenção a esses locais, impedindo o acúmulo de água.
“Manter o meio ambiente limpo e preservado contribui para a saúde coletiva. Como 80% dos criadouros do Aedes aegypti estão nas residências, pedimos a colaboração de toda a população para combater o mosquito e, assim, garantir a prevenção contra dengue, zika e chikungunya”, diz o Secretário de Estado da Saúde, José Henrique Germann.
O resultado do Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), realizado pela Sucen entre os meses de julho e setembro, indica que dos 614 municípios que participaram do balanço, 489 apresentam situação satisfatória, 128 estão em alerta (confira a lista em http://www.saude.sp.gov.br/) e somente 7 municípios (Barra do Turvo, Bento de Abreu, São Vicente, Tuiuti, Pedrinhas Paulista, Restinga e Jacupiranga) estão em situação de risco quanto à proliferação do mosquito. As cidades em alerta na região de Marília são Maracaí, Marília, Oriente, Ourinhos, Pacaembu, Quintana, Ribeirão do Sul, Tupã e Vera Cruz.
A pesquisa foi feita por profissionais da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias). A classificação de um local como satisfatório, alerta ou risco é calculada com base no Índice de Infestação Predial (IIP). Esse indicador entomológico é calculado pelo número de recipientes com presença de larvas de Aedes aegypti em 100 imóveis pesquisados, sendo considerados satisfatórios aqueles com até 1; alerta, de 1 a 3,9; e risco, acima de 3,9.
Conforme diretriz do SUS (Sistema Único de Saúde), o trabalho de campo para enfrentamento ao Aedes é responsabilidade dos municípios. O Governo do Estado dá suporte no diagnóstico (por meio do Instituto Adolfo Lutz) e em ações de treinamento e monitoramento, com apoio da Sucen.
Semana de combate ao Aedes
Entre 2 e 7 de dezembro, acontece a Semana Estadual de Mobilização contra o Aedes aegypti, que engajará a sociedade civil, municípios e organizações públicas e privadas para um “mutirão” em SP, focado em controlar a proliferação do mosquito.
Nesse período, a Saúde pede a colaboração de toda a população, e elenca aqui as principais dicas de prevenção: deixar a caixa d’água bem fechada e realizar a limpeza regularmente; retirar dos quintais objetos que acumulam água; cuidar do lixo, mantendo materiais para reciclagem em saco fechado e em local coberto; eliminar pratos de vaso de planta ou usar um pratinho que seja bem ajustado ao vaso; descartar pneus usados em postos de coleta da Prefeitura.
A Semana Estadual sucede a “força-tarefa” das Secretarias de Estado da Saúde e de Educação, em curso nesta semana (25 e 30 de novembro), que engloba atividades em escolas públicas e privadas focadas no ambiente escolar. O objetivo eliminar potenciais criadouros do inseto, mantendo o espaço “em ordem” para o período de férias. A ideia é evitar que as águas da chuva fiquem acumuladas durante o recesso.
Cenário epidemiológico
Em 2019, até 11 de novembro, foram notificados 390.654 casos de dengue, com 256 óbitos. Houve ainda 72 casos de zika e 280 de chikungunya, sem óbitos de ambas as doenças.
A dengue é uma doença sazonal, com oscilação de casos e aumento a cada três/quatro anos, em média. Em 2015, por exemplo, SP registrou recorde de infecções, com 709.445 casos e 513 óbitos. Devido a circulação do sorotipo 2 de dengue, neste ano, mesmo os pacientes que já tiveram dengue tipo 1, por exemplo, estão suscetíveis a infecções, o que contribui para o aumento de casos e até mesmo para a ocorrência de quadros clínicos mais graves.
Neste ano, dez cidades concentram 43,2% dos casos de dengue confirmados e somam 169.062 casos. A saber: São José do Rio Preto (32.822); Campinas (26.246); Bauru (26.088); Araraquara (23.876); São Paulo (16.617); Ribeirão Preto (13.748); Birigui (7.916); Araçatuba (7.782); Presidente Prudente (7.584) e Guarulhos (6.383).