Mutirão da catarata no Hospital Unimar faz mais de 1,3 mil cirurgias
Foram sete dias de trabalho intenso, atendendo pacientes de Marília, Pompeia, Echaporã e outras 16 cidades da região. Mais de 1,2 mil pessoas passaram pela estrutura formada por quatro “carretas hospitais” instaladas em uma tenda gigante, próximo da arena de eventos da Unimar (Universidade de Marília). O trabalho foi uma mobilização do HBU (Hospital Beneficente Unimar), para atender a demanda e zerar a fila de pacientes que esperavam por uma cirurgia de catarata.
Segundo a diretora da ABHU (Associação Beneficente Hospital Unimar), Márcia Mesquita Serva Reis, foram realizadas 1.311 cirurgias, em pouco mais de mil pacientes. Alguns conseguiram operar os dois olhos e com isso já obter 100% da visão. Segundo o médico Affonso Celso das Neves, foram realizadas cerca de 200 cirurgias diárias. “A estrutura que temos nestas carretas supera até mesmo o que há em alguns hospitais. É verdadeiramente um mini hospital, com condições de fazer o trabalho com todo o cuidado que é exigido”, ressaltou.
Márcia Serva destacou que a Prefeitura de Marília, por meio da Secretaria Municipal da Saúde, teve a sensibilidade de abrir o mutirão para os 19 municípios que formam a área de atuação do setor. Todos os pacientes apresentavam quadro de diagnóstico prévio de catarata, suspeita de catarata ou somente queixa oftalmológica e todos aguardavam na lista de espera para a cirurgia ou para uma consulta médica com oftalmologista.
Marília e região direcionaram perto de 1.200 pacientes para as consultas oftalmológicas do mutirão do HBU, que contava com as faltas, que ficaram em torno de 30%. Mesmo assim, o total de diagnósticos de catarata, feitos entre segunda e terça-feira, ficou acima do esperado pelo hospital. Isso foi considerado positivo por significar que os municípios fizeram um direcionamento assertivo de usuários do SUS, bem aproveitando a oportunidade do mutirão e reduzindo significativamente a fila de espera, que chegava a até cinco anos.
Márcia Mesquita Serva destacou ainda que o trabalho não acabou com o encerramento das cirurgias de catarata. “Ainda tem o retorno que todos vão fazer. Os pacientes operados ainda passam por três consultas de retorno, uma com 24 horas da cirurgia, outra com sete dias e a última um mês depois. Tudo incluído no mutirão”, explicou.
Enquanto isso, está sendo dado andamento nos outros mutirões pelo HBU, nas áreas de ortopedia, cirurgia vascular, de hemorroida, vasectomia, laqueadura e na especialidade de gastroenterologia. “É preciso destacar ainda que o mutirão deve atender ainda cerca de 800 crianças, que esperam por cirurgias que vão tornar a vida delas melhor. E tudo isso deve ser feito até o dia 15 de dezembro, por isso não paramos e estamos firmes para cumprir nossa missão”, destacou.
ESTRUTURA
Foi montada uma tenda com quase 100 metros de cumprimento, onde os pacientes cumpriam cinco etapas, antes de efetivamente ter a cirurgia agenda. Primeiro foram identificados, avaliados por médicos para a pré cirurgia, paramentação (vestuário) do paciente e definição da lente apropriada, ambulatório cirúrgico para o procedimento de fato e avaliação pós-cirúrgica, com todas as instruções necessárias, entrega do medicamento, dos óculos de sol para ser utilizado continuamente por um mês e de um número de telefone (0800) para tirar qualquer dúvida durante os próximos dias.
Pacientes destacaram a rapidez com que todo o processo foi feito e a agilidade com que foi realizada a cirurgia. A dona de casa Hermínia Inácio de Lima acompanhou o marido e comentou como foi todo o processo. “A cirurgia em si foi bem rápida, menos de meia-hora, mas temos que ter paciência e passar por todas as etapas. Só que se fosse feita no hospital demoraria a mesma coisa ou mais e recebemos toda a atenção, medicação, cuidado. Achamos muito organizado e sem custo algum, nem com remédio. Meu marido estava na lista de espera do SUS há dois anos, ainda bem que surgiu esse mutirão”, disse.
Márcia Serva destacou ainda que os mutirões estão sendo possíveis por que o Estado tem R$ 54 milhões para aplicar nestas ciurgias ou devolver à União. “O Ministério da Saúde fez a liberação de um dinheiro retido em nível nacional e São Paulo ficou com R$ 54 milhões. O que não for investido será devolvido no final do ano. Como o valor é muito alto e o tempo é limitado, temos autorização para realizar todos os procedimentos possíveis em prol da população, dentro de nossa capacidade”, explicou a superintendente do Hospital Beneficente Unimar, Márcia Mesquita Serva Reis.
REGIÃO
Em relação ao atendimento aos pacientes da região, Márcia Mesquita Serva fez questão de destacar a parceria com a Prefeitura de Pompeia, cuja chefe do Executivo é Tina Januário. “É preciso destacar o trabalho feito pela prefeita Tina, que é uma parceira de primeira hora. Ela disponibilizou, sem qualquer custo ao hospital, ambulâncias que ficaram à disposição para atender qualquer eventualidade que fosse necessária. Graças a Deus não foi preciso e tudo correu bem. Mas ficamos felizes pela disposição da prefeita, em respeito aos munícipes de Pompeia e a todos que foram atendidos, pois os veículos estavam a disposição de todos”, explicou Márcia Serva.