Multiplicação de leitos UTI Covid não impediu colapso em Marília
A multiplicação no número de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) exclusivos para pacientes com Covid-19, na região de Marília, não foi capaz de impedir o colapso no sistema público de saúde, com filas por vagas e mortes durante a espera.
A quantidade de vidas perdidas para a doença tem crescido assustadoramente, com 34 novos óbitos anunciados na semana entre o dia 21 de março e o último sábado (27).
De acordo com dados oficiais do Estado, no Departamento Regional de Saúde de Marília (DRS-9) existiam 239 leitos de UTI exclusivos para pacientes da doença neste domingo (28). A ocupação deles era de 96%.
Em maio do ano passado – quando os dados passaram a ser publicados, a DRS contava com menos da metade desses leitos. No dia 19 daquele mês eram 100 leitos de UTI Covid na região – e apenas 23,4% deles estavam ocupados.
Desde então, houve a abertura de 139 leitos – o equivalente a um aumento de também 139%. Ou seja, o número de leitos mais do que dobrou.
Na cidade de Marília há alguns meses a ocupação de leitos de UTI Covid e também das vagas em enfermaria para pacientes com a doença variam entre 100% e patamares um pouco mais baixos.
Nos últimos dias, pacientes começaram a morrer antes mesmo de chegarem a uma vaga de terapia intensiva. Intubações provisórias estão sendo feitas, por exemplo, no Pronto Atendimento (PA) da zona Sul e na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da zona Norte.
Para piorar, a cidade corre risco de desabastecimento dos medicamentos utilizados para intubação e do fornecimento de oxigênio para os pacientes.