Mulher mantida em cárcere privado é libertada pela Polícia Civil em Tupã
A Polícia Civil de Tupã prendeu um homem e uma mulher em flagrante, nesta terça-feira (4), suspeitos de manterem uma mulher grávida em cárcere privado por vários meses. A vítima estaria sofrendo agressões físicas e uma criança que vivia na casa afirmou ter sofrido abuso sexual.
De acordo com a Polícia Civil, uma denúncia afirmava que uma moradora da Rua João Capioto estava sendo mantida em cárcere privado há meses. A informação dava conta ainda que a vítima seria uma gestante, que sofria violência física e emocional por parte de seu companheiro e uma mulher dona do imóvel.
A equipe da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) foi até o local. Os policiais bateram palma e chamaram pela vítima, sendo que uma criança de nove anos de idade saiu para atender. Momentos depois saiu o suspeito.
Ele foi questionado e informou que a vítima estava dentro da casa. A equipe imediatamente entrou no imóvel para prestar socorro para a mulher, que foi encontrada sentada no sofá, tendo ao seu lado as crianças de nove anos e dez anos.
Dormindo em um dos quartos estava um bebê de um ano e seis meses de idade. As crianças eram filhas da dona do imóvel.
A mulher imediatamente solicitou ajuda para sair do local, afirmando que estava sendo mantida presa na casa por vários meses, impedida por seu companheiro e pela dona da casa de deixar o local. O imóvel ficava trancado com cadeado, monitorado por câmera, que registrava se a vítima tentasse deixar o local.
A vítima afirmou que seu companheiro conheceu a dona da casa através de redes sociais, tendo ele vindo de Sergipe para esta cidade, onde conheceu pessoalmente tal pessoa, com a promessa de conseguir trabalho. Ele passou a morar na casa dela e em seguida trouxe a vítima para também coabitar na mesma residência.
A vítima era obrigada a cuidar das três crianças da dona da casa e esclareceu que era agredida fisicamente por ambos, apresentando pequena escoriação no supercílio, provocada pela proprietária da casa. Ela ainda era ameaçada de morte por ambos, caso deixasse a casa em que vivia. A dona da residência e o autor afirmavam que matariam a irmã e o pai da vítima.
A mulher está grávida e, segundo a Polícia Civil, a proprietária seria adepta do ocultismo. Ela e o companheiro da vítima afirmavam que o filho que a vítima está esperando pertenceria a eles, que matariam a mulher ou a mandariam embora.
Enquanto ela arrumava as coisas para deixar a casa, a criança de nove anos solicitou conversar com a delegada. Chorando, ela pediu socorro e que também gostaria de ir embora daquela casa, pois seria brutalmente agredida pela mãe, que lhe batia com as mãos, pedaço de pau e sapatos, deixando-lhe diversas marcas pelo corpo.
Um garoto de 10 anos também relatou que sofria agressões físicas por parte de sua mãe. Disse ainda que havia sofrido um abuso sexual na noite anterior, praticado pelo homem. A mulher confirmou que a criança de 10 anos foi dormir em sua cama, já quase amanhecendo o dia e que relatou que o autor tinha praticado o abuso.
A dona da casa foi localizada posteriormente pela equipe de investigação da DIG. Ela e o homem foram presos em flagrante, prática dos crimes de cárcere privado qualificado e estupro de vulnerável. O Conselho Tutelar foi acionado, com as conselheiras tomando as providências cabíveis em relação às crianças. O caso seguirá sendo investigado pela Polícia Civil.