Mulher de sargento da PM suspeito de matar outro policial não aparece para depor
A cabo da Polícia Militar Aguida Barbosa, única testemunha das mortes do também cabo da PM e ex-judoca olímpico Mário Sabino Júnior e do sargento Agnaldo Rodrigues, marido dela, em Bauru (distante 110 quilômetros de Marília), foi intimada para prestar depoimento nesta terça-feira (5) na Polícia Civil e não compareceu.
O inquérito foi aberto no dia 29 de outubro para investigar o crime, a cabo Aguida não teria sido autorizada a prestar depoimento pelo comando da PM.
A corporação ainda não se manifestou se realmente não autorizou a presença da policial ao depoimento que estava marcado marcado para às 13h30 de ontem.
A PM também informou que o conteúdo do inquérito policial militar não seria encaminhado para ser juntado ao inquérito aberto pela Polícia Civil.
Diante da ausência da principal e única testemunha do crime será enviado um despacho à Justiça para que ela se manifeste sobre a competência da investigação.
Atualmente, além do inquérito aberto pela Polícia Civil, há também investigação por parte da PM através de um processo aberto na Justiça Militar.
Entenda
O Boletim de Ocorrência registrado pela Polícia Militar revelou que a esposa do sargento Agnaldo Rodrigues, a cabo Águida Heloísa Barbosa Rodrigues, de 47 anos, estava no local do crime onde foram encontrados os dois policiais mortos em 25 de outubro.
Agnaldo Rodrigues é suspeito de ter atirado e matado o ex-judoca olímpico Mário Sabino Júnior durante um desentendimento e se matar em seguida.
No BO registrado pela PM, os policiais que atenderam a ocorrência informaram que avistaram três veículos na rua sem saída, paralela à avenida Antenor de Almeida, na região do Jardim Niceia, onde o crime ocorreu. Um dos carros estava no meio da via, o que levantou suspeitas.
Ao lado de um dos carros foi encontrado o corpo de Agnaldo Rodrigues. Cerca de 15 metros à frente estava o corpo do cabo Mário Sabino Junior.
Foram apreendidas duas armas, um revólver calibre 38 de posse do sargento, que continha cinco munições, sendo que quatro foram deflagradas, e uma Taurus .40 de Mario Sabino, com oito munições intactas.
Cabo Aguida não teria dado a sua versão dos fatos e somente falaria para a Justiça Militar.
Desde que o crime ocorreu, surgiram várias especulações sobre a possibilidade de o crime ter motivação passional. Uma das hipóteses é de que a esposa do sargento, que também é policial militar, estaria se encontrando com Sabino, por isso ela teria sido ouvida.
O crime
O fato ocorreu após um desentendimento entre o cabo e judoca olímpico Mário Sabino Júnior e o sargento Agnaldo Rodrigues do 4º Batalhão da Polícia Militar do Interior.
A ocorrência aconteceu pouco antes de 21h, no final da rua paralela com a avenida Antenor de Almeida, região do Jardim Nicéia.
Segundo informações preliminares, Sabino teria sido assassinado pelo sargento Agnaldo Rodrigues (do Centro de Operações da Polícia Militar, Copom), que se suicidou em seguida.
Equipes em patrulhamento passavam pelo local quando suspeitaram da posição de veículos estacionados na rua. Quando os policiais foram verificar a situação, encontraram os dois mortos.
Nem o sargento e nem o cabo estavam em serviço. A polícia ainda não sabe o que teria motivado o crime.
Mário Sabino era integrante da comissão técnica da Seleção Brasileira de judô, foi medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de 2003, em Santo Domingo, na República Dominicana, e bronze no Mundial de Osaka no Japão, em 2003.
Também representou o Brasil em duas edições de Jogos Olímpicos, em Sydney (2000) e Atenas (2004). Em agosto deste ano foi bicampeão pan-americano master. O título foi conquistado em Lima, no Peru, na categoria até 100 quilos, de 45 a 49 anos.