MP aponta ‘barbárie’ e recorre para que dentista seja preso
O Ministério Público do Estado de São Paulo, por meio do promotor Fernando Fernandes Fraga, recorreu da decisão da Justiça de Assis (distante 75 quilômetros de Marília), que preferiu manter em liberdade o dentista Murilo Almeida Machado, de 24 anos.
O rapaz responde pelo homicídio da psicóloga Maria Flávia Camoleze, de 26 anos. O carro que ele dirigia capotou em uma curva, na principal avenida da cidade, na madrugada do dia 2 de maio. Murilo disputava um ‘racha’ e estava sob efeito de álcool.
“Nota-se dos autos que Murilo foi autor de uma verdadeira barbárie. Depois de ingerir bebida alcóolica em três estabelecimentos comerciais diversos, assumiu a direção de um veículo automotor e, mesmo tendo ao seu lado a jovem e inocente Maria Flávia, iniciou disputa ilegal com outro denunciado por longo trecho da avenida (…), imprimindo alta velocidade ao automóvel”, escreveu o promotor.
O representante do Ministério Público apontou ‘a garantia da ordem pública’ como fundamento da prisão preventiva. Fraga defendeu que o conceito não se presta exclusivamente à prevenção da prática de outros crimes, mas também para ‘assegurar, por intermédio de providência do Judiciário, uma resposta eficaz a um delito de elevado grau reprovabilidade’.
Em decisão nesta semana, o juiz da 2ª Vara Criminal e da Violência Doméstica de Assis havia recebido a denúncia (tornado Murilo réu), mas decido manter o dentista em liberdade, impondo outras medidas cautelares, como retenção da Carteira de Habilitação, impedimento de sair da cidade e de estar nas ruas das 22h às 5h.
O recurso do Ministério Público deve ser analisado pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que poderá alterar a decisão, para que ele responda pelo crime na prisão.
Além de Murilo, também responde pela morte de Maria Flávia o homem que dirigia o outro carro envolvido no racha, identificado como João Pedro Mascareli Pádua.