Ministério Público abre inquérito para investigar comandante Cristal
O Ministério Público Estadual abriu um inquérito para investigar possível ato de improbidade administrativa que pode ter sido cometido pela tenente-coronel Márcia Cristina Cristal, comandante do 9º Batalhão de Polícia Militar do Interior (9º BPM/I), com sede em Marília.
A representação partiu da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) Marília Transparente (Matra) e o promotor responsável por abrir a investigação é Oriel da Rocha Queiroz.
Um áudio da comandante humilhando o policial militar Alan Fabrício Ferreira, que havia apreendido um veículo em nome da vereadora Professora Daniela (PL), vazou e provocou uma crise na instituição.
O veículo, segundo Alan, estava com licenciamento vencido e pneus carecas. Mesmo assim, ele foi afastado pela comandante após o episódio.
Já Cristal, depois do ocorrido, foi afastada para usufruir dias de férias a que tinha direito, segundo informou a PM. Contra a vereadora foi aberta, por unanimidade, uma Comissão Processante pela Câmara. A parlamentar pode inclusive ter seu mandato cassado por uma possível quebra de decoro.
Partes do áudio vazado e amplamente divulgado pela imprensa, como observou o promotor, foi transcrito na portaria de abertura do inquérito, assinada no dia 3 de setembro.
“Porque isso daí é falta de bom senso, tá? Ela é vereadora. É a condição, você pode muito bem estar fazendo e orientando, tá? E aí segunda-feira, ela pegaria o documento e não precisa apreender o veículo”, aponta um trecho da transcrição.
“Se for desse jeito é o que eu to falando, você não vai estar mais segunda-feira no trânsito (…) porque essa aqui é uma ordem minha, você vai responder também”; “Olha o que você tá causando, porque politicamente ela é vereadora. Não teve nem uma conversa, o que você está achando que você é?”, finaliza a transcrição da promotoria.
A apuração foi aberta com o objetivo de propor uma ação civil pública, caso haja elementos para isso, ou arquivar a representação da Matra.
Cristal também é alvo de uma apuração interna da PM e inclusive teria sido feita uma representação contra ela ao Ministério Público Militar.