Vigilância diz que ‘mortes por Covid-19 não são reflexo da reabertura’
As mortes que ocorreram esta semana em Marília, de pessoas com diagnóstico positivo para Covid-19, não estão relacionadas com a reabertura do comércio, já que as três vítimas fatais da doença estavam internadas há mais de duas semanas.
A afirmação é da supervisora da Vigilância Epidemiológica de Marília, Alessandra Arrigoni, durante entrevista coletiva desta terça-feira (16).
“Os dados de agora são reflexo de 15 dias atrás. Para fazemos os cálculos, com a metodologia do Plano São Paulo, utilizamos dados que foram fechados no dia 15. Foram comparados dados semanais, entre os dias 2 e 8 de junho com [os dados] de 9 a 15 de junho”, disse.
Até o dia 8 de junho a administração municipal só havia confirmado um caso paciente morto com a doença. No dia 9 o total subiu para três óbitos positivos e no dia 10 chegou a quatro.
Nesta terça-feira foram confirmados mais três mortes pela doença, mas não foram considerados na conta por estarem fora do período de comparação observado pelo poder público municipal.
Entenda o cálculo
A fórmula para enquadramento das fases do Plano São Paulo envolve dois grupos de informações, o primeiro denominado “Capacidade do Sistema de Saúde” e o segundo chamado de “Evolução da epidemia”.
No primeiro grupo de dados são avaliadas a taxa de ocupação de leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTIs) reservados para pacientes da Covid-19 e a quantidade de leitos de UTI para cada 100 mil habitantes.
No caso da Capacidade do Sistema de Saúde, como Marília é um polo regional, que recebe pacientes de fora, a Prefeitura leva em consideração os dados dos municípios próximos também – ou seja, regionais. A informação foi dada ao Marília Notícia por Alessandra na segunda-feira (15).
No segundo grupo de dados levado em conta para a classificação do Plano São Paulo – Evolução da epidemia -, são consideradas as variações entre uma semana e outra na quantidade de casos confirmados, no volume de internações e no total de óbitos.
Mesmo sem contar as mortes nos últimos dias, o aumento de óbitos por Covid-19 registrado em Marília na semana passada foi preponderante para manter a flexibilização estacionada. O site já havia antecipado que a cidade corria o risco de continuar na ‘fase 2 – laranja’ justamente por esse motivo.
Houve ainda um aumento significativo na ocupação de leitos reservados para pacientes confirmados ou suspeitos de infecção pelo novo coronavírus. Segundo a informação oficial, o percentual teria passado de aproximadamente 6% para 30% – mas supostamente ainda não estaria em patamares preocupantes.
Segundo o prefeito Daniel Alonso (PSDB), Marília segue entre as cidades com melhores índices do Estado.
Curva tardia
A supervisora da Vigilância lembra que Marília foi um dos primeiros municípios do Interior a reduzir a circulação de pessoas, mas não ficará isento da pandemia. “Não somos uma ilha. Vamos ter o coronavírus circulando, então é preciso que a população se conscientize”, disse.
Todos os mortos com vírus na cidade, segundo a Saúde, tinham algum tipo de comorbidade, por isso a importância destas pessoas se protegerem ainda mais e serem também protegidas por familiares e pessoas que não podem aderir ao isolamento social.