Mortalidade entre vacinados com duas doses é de 0,1% em Marília
Em Marília, 74.121 pessoas já estão com o esquema vacinal completo, ou seja, receberam duas doses do imunizante contra a Covid-19 (ou produto de dose única). Relatório obtido pelo Marília Notícia junto à Secretaria Municipal da Saúde mostra que o número de pessoas que morreram na cidade, mesmo tendo tomado as duas doses preconizadas, corresponde a apenas 0,10% desse total.
Os dados apontam que, desde o início desse ano, 794 pessoas morreram por complicações da doença no município. Entre elas, 78 tinham recebido duas doses de algum dos imunizantes disponíveis.
A pasta também divulgou o número de moradores de Marília que morreram, mesmo tendo tomado a primeira dose de vacina. Desde o início deste ano, foram 232 mortes (ou seja, 0,14% das pessoas vacinadas morreram antes de concluir o esquema de vacinação).
Segundo relatório do órgão, portanto, mais de 90% das vítimas fatais da infecção não estavam com esquema vacinal completo.
O relatório revela que a maioria das vítimas fatais da Covid-19 na cidade – em 2021 – não teve a oportunidade de se proteger com nenhuma das vacinas. Do total de mortos no período, 484, ou seja, 60,95% não chegaram às unidades de saúde, drive-thru e nem nos mutirões.
Vale lembrar que a primeira moradora de Marília a ser vacinada contra a doença recebeu o imunizante nos dias 18 de janeiro (1ª dose) e 13 de fevereiro (2ª). A técnica de enfermagem Francine Rita de Cassia Domingos Viana, de 32 anos, teve Covid-19 no ano passado e já estava curada da doença.
IMUNIZANTE
O MN também apurou produtos de quais laboratórios foram aplicados nas pessoas que haviam iniciado esquema vacinal, mas tiveram a doença na cidade.
Entre os 78 mortos que tomaram as duas doses, nove foram atendidos com a vacina Oxford/AstraZeneca e 69 receberam o imunizante Coronavac/Butantan.
Já entre os mortos que receberam apenas uma dose de vacina, o resultado foi igual entre os diferentes produtos.
O relatório aponta que 116 moradores foram vítimas fatais da doença, embora tenham recebido a dose inicial do imunizante da anglo-sueca AstraZeneca. Da mesma forma, 116 morreram em Marília, apesar da primeira aplicação de Coronavac.
ANÁLISE
A supervisora da Vigilância Epidemiológica de Marília, Alessandra Arrigoni, afirma ser necessário lembrar uma informação óbvia e amplamente divulgada, mas que acaba sendo eventualmente distorcida, para ataques às campanhas de vacinação.
“O risco de contrair a Covid-19, manifestar sintomas, adoecer ou morrer é imensamente maior para quem não toma vacina do que para as pessoas vacinadas. Os números mostram exatamente isso”, esclarece.
A supervisora ressalta também que parte significativa das pessoas que adoeceram com sintomas mais graves ou morreram – mesmo tendo se vacinado – apresentava comorbidades ou idade avançada.
“É uma combinação de fatores. Evidente que a vacina terá uma proteção menor em relação às pessoas com idade mais avançada ou com doenças preexistentes. O que observamos com estes resultados é que temos que nos vacinar, continuar usando máscara e adotando os protocolos”, destaca.
Campanhas de vacinação em massa, lembra a supervisora, buscam a imunidade de forma coletiva. Quanto maior a adesão menores são os riscos para todas as pessoas.
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