‘Minha intenção é construir uma nova Emei na zona norte’, diz Paulinho Haraguchi
O Marília Notícia iniciou sua série de entrevistas com os candidatos a prefeito de algumas cidades da região. Desta vez, o entrevistado foi Paulinho Haragushi (Mobiliza), que concorre à Prefeitura de Vera Cruz.
A entrevista terá perguntas semelhantes aos demais candidatos que concorrem ao posto do Executivo e aborda temas como educação, saúde, mobilidade urbana, habitação, assistência social, funcionalismo público, entre outros setores da administração pública.
Paulinho compartilhou suas propostas e planos para transformar a cidade, caso seja eleito. A seguir, os principais pontos abordados na entrevista:
MN: Conforme o Ranking de Eficiência dos Municípios 2024, apenas 40,83% das crianças de zero a três anos em Vera Cruz estão matriculadas em creches, o que significa que mais da metade delas ainda não tem acesso a esse serviço. Além disso, 93,27% das crianças de quatro a cinco anos estão na escola. Como você pretende mudar essa realidade?
Paulinho: No final do meu breve mandato, em 2020, a Diretoria da Educação já tinha verba suficiente para a construção de uma nova creche, conforme divulgado no Diário Oficial de 31/12/2020. Com a construção dessa nova creche, na região sul do município, que não sabemos a capacidade dela, creio que seja suprida essa escassez de vagas. E se ainda assim houver falta de vagas, realizaremos um estudo e readequaremos ambas as creches, para que recebam mais crianças e atendam 100% da demanda municipal. Quanto às crianças de quatro a cinco anos, atualmente temos duas Emeis. Uma na região sul, a Emei Zoraide Mezenga Haraguchi, que tem esse nome em homenagem à minha mãe, que tem sua estrutura adequada às crianças que lá estudam, e a Emei Monsenhor Florentino Santa Maria, que tem sua estrutura inadequada às crianças que lá estudam. Entra prefeito e sai prefeito e só passam uma demão de tinta, trocam umas carteiras e falam que adequaram. Minha intenção é construir uma nova Emei na zona norte de nosso município, totalmente adequada, para que realmente as crianças tenham vontade de ir à escola. Para chegarmos a 100% de frequência dos alunos nessa faixa etária, faremos uma busca ativa, baseada em relatório solicitado pela rede municipal de saúde, que tem em sua base de dados, os nomes das crianças do município.
MN: Conforme o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), Vera Cruz atingiu a meta determinada pelo Ministério da Educação no Ensino Fundamental I, que representa a rede municipal do 1º ao 5º ano, obtendo 6,5. Quais as propostas para educação para atingir a próxima meta?
Paulinho: Educação é um dos pilares do meu governo. Em um município do tamanho de Vera Cruz, a administração festeja que atingiu a meta? Um absurdo. Em um município do tamanho de Vera Cruz, devíamos ter chegado ao índice Ideb de no mínimo 8,0. E para que isso ocorra, iremos investir na valorização e capacitação dos professores e gestores da rede municipal. Vamos reestruturar a rede municipal, para que haja padronização do ensino fundamental. Pretendemos também adotar sistemas de avaliações semestrais dos alunos para analisar como andam nossos padrões de ensino. Iremos investir em materiais didáticos de qualidade e implantar uma visão de excelência educacional, com adequações especiais, curriculares e o que mais for necessário.
MN: A cidade está abaixo da pontuação média nacional em relação à receita. Como você pretende trabalhar o tema, atrair novos investimentos para Vera Cruz e, ao mesmo tempo, gerar mais oportunidades de renda para os moradores?
Paulinho: Realmente não imaginava que estávamos abaixo em relação à média nacional referente a receita municipal, pois semanalmente leio os diários oficiais do município e há remanejamento de verba, por excesso de receita e o pior, só cita códigos orçamentários, como se toda população entendesse, não cita o local de aplicação. Mas, retornando à questão, para gerar mais renda para a população só tem uma forma, gerando emprego. Realmente traremos empresas para se instalarem no município. O município tem várias áreas de sua posse que podem ser feitos comodatos [modalidade de empréstimo sem custo financeiro] para a instalação de novas empresas.
MN: Segundo o ranking de eficiência, o município conta com apenas 37% dos domicílios cobertos pela atenção básica e possui 1,07 médicos por 1.000 habitantes. Como mudar isso e quais são as suas propostas para o tema? Qual fase do seu mandato você pretende implementar essas medidas, caso seja eleito?
Paulinho: Então, isso implementarei de imediato um município que possui aproximadamente 10.200 habitantes, sendo que por volta de 30% têm plano médico. Pagar mais de 3,7 milhões para uma empresa administrar a área e ainda “deixar a desejar” é lamentável. De início, irei rever o contrato, pois não se faz necessário que uma empresa gerencie tal área, já que há vários cargos em “comissão” e concursados para tal tarefa. Para isso, irei remanejar essa verba para contratação de mais médicos e enfermeiros. Não precisamos gastar com segurança em nosso PA. Não precisamos de tanta gente na área da saúde como está atualmente. Esta área virou cabide de emprego através da empresa terceirizada. Precisamos otimizar os custos e investir no que realmente importa, na saúde da população, equipar PA e UBSs com equipamentos de ponta, que prestem os primeiros-socorros com eficiência. É muito dinheiro, investimento para pouco retorno nessa área.
MN: Sobre habitação, quais são as suas propostas para o tema e em qual fase do seu mandato você pretende implementar essas medidas, caso seja eleito?
Paulinho: Se eleito, na área habitacional, já em meu segundo ano de mandato, pretendo iniciar a construção de no mínimo 50 casas populares, através da CDHU ou CEF, para quem realmente necessita. Não sei como anda a disponibilidade de áreas da Prefeitura no atual momento, pois algumas foram cedidas, outras, se não me engano, leiloadas. Mas acharemos área para a construção das mesmas. Temos também um problema para resolver quanto à posse de área dos habitantes da “Viela”, onde entraremos em contato com o Governo Estadual para a implantação do programa de regularização fundiária “Cidade Legal”, cedendo a cada habitante a matrícula de seu imóvel.
MN: O pós-pandemia foi cruel para muitas famílias. Algumas, inclusive, ainda não conseguiram se recuperar das adversidades. O aumento do número de pessoas em situação de vulnerabilidade é uma realidade. Como trabalhar para promover uma recuperação digna?
Paulinho: Essa é uma área que me toca muito, inclusive já faço minha parte junto à comunidade, quem me conhece sabe. Como trabalhar para uma recuperação digna? Cuidando, capacitando, orientando. Ofereceremos cursos de capacitação para jovens e adultos nas áreas que faltam pessoal no mercado de trabalho, para que ao final do curso já saiam empregados. Ofereceremos também, junto ao Cras e Fundo Social, atendimento humanizado, orientando e amparando essas pessoas em situação de vulnerabilidade, tanto mentalmente, com atividades psicossociais, quanto materialmente, com fornecimento de cestas básicas, roupas e o que mais necessitarem.
MN: Em infraestrutura urbana, quais as propostas estruturais? Pretende fazer a implantação de novos serviços, com instalações diferentes? Quais?
Paulinho: Se eleito for, pretendo resolver em definitivo este problema da água, que se arrasta há anos. Resolver o problema do buracão da rua Sete de Setembro, que logo chegará às residências que ali estão. Melhorar o sistema de trânsito da rua Paulo Guerreiro Franco, que, com o aumento da quantidade de veículos no município, atualmente encontra-se caótico. Pretendo também revitalizar a vicinal VCR-40, que se tornou uma das entradas principais do município, e lá fazer uma ciclovia até o Momento Motel, pois atualmente já temos um trânsito intenso de ciclistas nesta via.
Pretendo, se eleito, instalar alguns ecos pontos no município para facilitar o descarte dos materiais recicláveis e também pretendo revitalizar o município com o plantio de muitas árvores, principalmente árvores frutíferas. Planejo também a instalação de uma horta comunitária para atendimento da comunidade em geral, principalmente as mais vulneráveis.
MN: Os servidores públicos são conhecidos por serem o “calcanhar de Aquiles” das administrações municipais. Como prover um funcionário satisfeito para reflexo na melhoria do serviço prestado?
Paulinho: Valorizando-os, escutando-os e respeitando-os. O verdadeiro líder é aquele que se coloca em pé de igualdade ao liderado. E ultimamente está faltando isso ao nosso funcionalismo. O líder conversa, não “manda”. Sentindo-se valorizado, estimulado, com palavras motivacionais, automaticamente, refletirá nos serviços prestados à população. Para isso, promoveremos treinamentos aos gestores de cada área para humanizar o tratamento dado aos liderados. Hoje está faltando um sorriso, empatia.