Mesmo com pandemia, PIB cresce 1,9% em Marília, aponta Seade
O Produto Interno Bruto (PIB) da região de Marília, mesmo com a pandemia, cresceu 1,9% no primeiro trimestre de 2021, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Levantamento foi publicado pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados de São Paulo (Seade), nesta quarta-feira (11).
O PIB representa a soma do valor de todos os bens e serviços produzidos em determinada área e período. No caso, o valor corresponde a 51 municípios que formam a Região Administrativa de Marília.
É um dos indicadores mais utilizados na macroeconomia para mensurar a atividade econômica, que inclui o desempenho de setores como administração pública, agricultura, indústria, serviços e comércio.
O balanço era aguardado com expectativa, principalmente por refletir dois diferentes cenários. No ano passado, o primeiro trimestre teve “normalidade” até meados de março.
Já os três primeiros meses deste ano foram marcados por restrições de circulação e grave crise sanitária.
Conforme o levantamento, o PIB saltou de R$ 8.668 bilhões para R$ 9.605 bilhões em 2021, considerados os valores absolutos. Para chegar ao crescimento de 1,9%, a Fundação Seade descontou a inflação do período (ajuste sazonal).
Embora positivo, o resultado regional ficou bem abaixo da média do Estado, de 6%. Entre 16 regiões, a RA de Marília ficou na 13ª posição, à frente apenas de Santos (1,5%), Franca (0,8%) e Registro (0,5%).
A região que mais enriqueceu foi Campinas, com incremento de 9,2% no PIB. Sorocaba também ficou acima da média paulista, com 6,8% de incremento. A RA Central (São Carlos, Araraquara) agregaram 5,3%. A metropolitana de São Paulo avançou em 5,9%.
SETORES
No acumulado dos últimos quatro trimestres, o desempenho é o mesmo (1,9% de aumento do PIB).
As riquezas na agropecuária recuaram -1,1%, na indústria houve avanço de 1,4% e no setor de serviços, 3,3%.
ANÁLISE
Ao Marília Notícia, o gerente de indicadores econômicos da Seade, Vagner Bessa, afirma que o crescimento do PIB, em todas as regiões, é um dado positivo para o Estado de São Paulo.
Quanto às regiões que tiveram crescimento abaixo da média paulista, como Marília, Bauru, Ribeirão Preto, entre outras, Bessa lembra que o setor de serviços foi fortemente impactado pela pandemia, porém apresentou vigor em relação a negócios que apresentam maior valor agregado.
“As regiões Metropolitana de São Paulo e administrativa de Campinas, por exemplo, possuem um setor de serviços com grandes centros logísticos e um número maior de empresas que fornecem seus serviços para outras empresas. Em termos de PIB, acaba tendo maior impacto”, analisa.
Bessa também destaca alguns gargalos na indústria e no agro, inclusive falta de matéria-prima. “Parte da indústria foi bastante impactada pela pandemia e sua retomada demanda tempo, por conta da quebra da cadeia produtiva. Há ainda uma questão importante do setor sucroalcooleiro, que acabou tendo um resultado não tão satisfatório quanto o setor de serviços”, finaliza.