Mesmo com aspecto ‘barroso’, Daem diz que parâmetros da água estão seguros
A cor da água que sai das torneiras de algumas casas da zona Leste de Marília ainda tem preocupado moradores, que perceberam mudanças há vários dias. Queixas relacionadas às condições da água fornecida pelo Departamento de Água e Esgoto de Marília (Daem) ganham força e são expostas nas redes sociais.
As principais preocupações são em relação à coloração, que pode variar do amarelo ao marrom barrento, mas dúvidas também são levantadas quanto à qualidade do abastecimento na região.
A técnica de enfermagem Monalisa Nonato é a autora do mais recente ‘flagrante’. Moradora da rua Iporá, no Jardim Aeroporto, zona Leste, ela ficou surpresa ao notar que a água que chegava pela tubulação às 20h40 do último domingo (20) vinha com barro. Inconformada, fez uma publicação que logo viralizou no Facebook.
“Passei a semana sem conseguir lavar roupa e ontem cheguei do plantão, já que trabalho em hospital, e fui deixar a máquina com água pra conseguir lavar ao menos minha roupa de trabalho. Não houve condições”, afirmou no texto publicado.
O caso não teria ocorrido somente desta vez. Ela lembra que dias antes também teria notado a coloração amarelada e com “cheiro forte”.
“Na semana retrasada a água estava amarela e com cheiro muito forte. Até lavei roupas escuras, mas tive que lavar o restante na casa da minha avó”, acrescentou a enfermeira.
A publicação de desabafo, registrada em um grupo da rede social, repercutiu com outros relatos semelhantes.
“Trabalho perto do Bosque. Lá já tem mais de uma semana que a água está suja. Dessa vez eu entendo, rios e represas estão praticamente vazios. Está precisando urgente de chuva pra dar um socorro para os reservatórios”, afirmou uma mulher entre mais de 100 comentários.
“A água aqui em casa ficou amarela também, não chegou a ser dessa cor, mas está uma situação difícil aqui na região do Aeroporto”, comentou outra moradora da região Leste.
PRÓPRIA PARA CONSUMO?
Em comunicado enviado ao Marília Notícia, o Departamento de Água e Esgoto de Marília (Daem) garante que a água está dentro de parâmetros considerados seguros para o consumo.
“O Daem está trabalhando para atender a demanda de consumo da região Leste, na qual está com baixa disponibilidade de água devido a longa estiagem que se apresenta, e que pode ser verificada com o baixo nível de água da represa Cascata”, consta no texto.
Ainda conforme a nota emitida pela autarquia, outros mananciais estão sendo utilizados para a manutenção da demanda da região.
“Estamos utilizando outros mananciais para manter o abastecimento desta região e, com isso, alguns parâmetros da água apresentam resultados no limite dos valores estabelecidos, bem como reações ao longo das redes de abastecimento, podendo gerar uma água com características diferentes da que era distribuída”, garante o Daem.
A autarquia informa ainda que estão coletando amostras em vários pontos do sistema Cascata para monitoramento de parâmetros microbiológicos, mas que padrões organolépticos, estariam “um pouco alterados”.
Esse tipo de padrão é caracterizado pelo conjunto de valores observados por estímulos sensoriais – visão, audição, paladar, olfato e tato – que afetam a aceitação para o consumo humano, no que diz respeito à cor, brilho, transparência, textura, odor e sabor, mas que não necessariamente implicam risco à saúde.
“Todos os parâmetros microbiológicos estão se mantendo dentro dos padrões. Apenas os padrões organolépticos estão pouco alterados”, diz o comunicado.
A principal orientação, ainda segundo o Daem, é para que moradores economizem água.