Meliponário público de Marília é pioneiro na região
O Projeto Doce Futuro no bairro Maracá, na zona Norte de Marília, é um dos únicos meliponários públicos registrados com autorização estadual para o manejo das Abelhas Nativas Sem Ferrão (ANSF), algo pioneiro na região.
A autorização de uso e manejo para criação das abelhas em cativeiro foi emitida pela Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo, e permite a manutenção de colônias em colmeias sob cuidados humanos.
O projeto é desenvolvido pelo meliponicultor Johnny Thiago Santana e os voluntários André Luis de Lima e João Carlos Tramarim, em parceria com a Prefeitura de Marília, por meio da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e de Limpeza Pública.
A meliponicultura é responsável pela produção de mel e polinização das plantas, o que permite a produção de sementes de várias espécies, muitas das quais fundamentais para a alimentação humana.
Johnny conta ao Marília Notícia que muitos pensam apenas em ter abelhas, mas poucos pensam na alimentação delas.
“Unimos o útil ao agradável já que as abelhas são responsáveis por mais de 70% da polinização dos alimentos que vão para nossa mesa. Procuramos a Secretaria do Meio Ambiente e apresentamos o projeto. A Prefeitura abraçou e fizemos uma parceria”, lembra Johnny.
Inicialmente, o projeto encontrou muitos problemas relação ao lixo jogado no talude. “Mas os vizinhos abraçaram o projeto e parou de ter lixo no local”, explica.
O projeto já colheu resultados em área de 50 mil metros quadrados, onde estão sendo cultivadas sementes crioula.
“Com cinco meses que plantamos, já fizemos a primeira doação da colheita para o Projeto Vida Nova. A primeira foi surpreendente e nos mostrou que podemos fazer muito mais. O objetivo agora, na próxima colheita, é fazer cesta verde para doar para população no entorno do projeto”, afirma.
Todos trabalhadores do projeto são voluntários. “Temos nossos trabalhos. Como o tempo é curto, nos decidamos ao projeto todos os dias na parte da tarde, além dos sábados e domingos integralmente”, diz Johnny.
A sensação da primeira colheita foi compensadora. “Gratificante! Uma das áreas que mais sofria com queimadas em Marília, hoje é uma terra produtiva, autossustentável”, destaca.
Johnny lembra que a cidade tem muitos projetos ambientais e quer unir forças em prol do meio ambiente. Ele também afirma que pode ajudar caso alguém tenha o interesse de fazer algum projeto semelhante.
O local deve servir para visitação dos alunos das escolas de Marília e região, que vão conhecer de forma prática, através de caminhadas em trilhas ecológicas, como é formada toda esta estrutura que mantém o equilíbrio do ecossistema.