Melhor chuva de meteoros do ano será vista hoje
A chuva de meteoros Gemínidas chegará ao ápice na madrugada desta quinta-feira, 14, e poderá ser vista a olho nu em qualquer lugar do Brasil onde o céu estiver limpo, a partir da meia-noite
Uma chuva de meteoros ocorre quando, ao orbitar em torno do Sol, a Terra atravessa uma região onde há concentração de poeira e partículas. Ao entrar na atmosfera, as partículas se incendeiam, formando rastros luminosos no céu – as chamadas “estrelas cadentes”.
As Gemínidas ocorrem anualmente, entre os dias 9 e 19 de dezembro, mas entre os dias 13 e 14 o fenômeno chegará ao seu ápice, quando é possível observar a maior quantidade de meteoros por hora.
Em geral, as Gemínidas produzem, em média, 80 meteoros por hora. Mas em 2017 o fenômeno coincidirá com a Lua no fim de sua fase minguante – o que torna o céu bastante escuro – e o espetáculo poderá ser mais intenso. Em alguns anos, é possível avistar mais de 120 meteoros por hora.
O nome Gemínidas é derivado da constelação de Gêmeos, onde fica o radiante dessa chuva de meteoros. O radiante é o local do céu onde os meteoros parecem ter origem. Assim, para observar o fenômeno, basta olhar para a direção da constelação de Gêmeos.
Nesta época do ano, a constelação de Gêmeos aparece no horizonte, a leste, por volta das 21 horas e, por volta da meia-noite, ela já estará alta no céu, na direção nordeste. O melhor horário para observar as Gemínidas será por volta das 2 horas da manhã, quando a constelação de Gêmeos já estará na direção norte.
Mistério astronômico
Em geral, as partículas que formam as chuvas de meteoros são detritos congelados espalhados por um cometa, quando ele se aproxima do Sol e forma uma cauda vaporosa.
Mas as Gemínidas não têm nenhum cometa associado a elas e sim um asteroide – o 3200 Phaethon.
Com 5 quilômetros de diâmetro, o 3200 Phaethon passará no sábado, 16, a apenas 10 milhões de quilômetros da Terra – uma distância que, em termos astronômicos, equivale a “passar raspando”.
O asteroide dá uma volta em torno do Sol a cada 1,4 ano, mas, desde que foi descoberto em 1983, ele nunca chegou tão próximo da Terra. Segundo a Nasa, porém, o asteroide não tem a menor chance de atingir o planeta.
Embora seja inofensiva, a passagem do 3200 Phaethon a 10 milhões de quilômetros – uma distância apenas 27 vezes maior que a existente entre a Terra e a Lua – chama a atenção dos cientistas, porque desta vez talvez seja possível estudá-lo com mais precisão e desvendar um mistério astronômico: como um asteroide pode produzir uma chuva de meteoros.
Além de dar origem às Gemínidas, o asteroide também chama a atenção por sua órbita incomum, mais semelhante às órbitas dos cometas que às dos asteroides. Os cientistas levantaram diversas hipóteses para explicar essas características anômalas, mas só poderão chegar a alguma conclusão se olharem o asteroide “de perto”.
Segundo a Nasa, no dia 16 de dezembro, o 3200 Phaethon estará na mira dos radares dos observatórios de Goldstone e Arecibo, operados pela agência espacial.
A Nasa transmitirá o fenômeno ao vivo para quem estiver em um local com o céu encoberto. A transmissão pode ser acompanhada neste link: