Mariliense que mora na Flórida relata passagem do furacão Ian
O mariliense Robson José Ramos vive nos Estados Unidos há 17 anos e passou por mais uma experiência com a passagem do furacão Ian, na cidade de Kissimmee, localizada na região metropolitana de Orlando, onde ficam os parques da Disney, no Estado da Flórida.
Em meio ao turbilhão de sentimentos, o conterrâneo conta que ficou no escuro, sem energia por várias horas e que diversos pontos da cidade ficaram alagados.
Ramos lembra que na última quarta-feira (28) ficou bem assustado com o tempo. O mariliense trabalha em um restaurante e diz que de certa forma já está acostumado com esse tipo de situação, uma vez que são avisados com uma semana de antecedência. Contudo, desta vez, os ventos vieram com maior intensidade.
“Eles avisam antes e temos tempo para nos preparar. Como o furacão veio da costa, lá fez um estrago bem grande. Ele veio do mar e, quando bateu no solo, foi considerado categoria 4. São duas horas daqui, mas já começamos a sentir os ventos muito fortes. O tempo ficou muito fechado. Foi bem tenso”, conta o gerente e chefe de cozinha.
Ramos explica que quando o furacão Ian efetivamente chegou ao Centro da Flórida, já era considerado categoria 1. Segundo o mariliense, na cidade onde mora, próximo dos parques da Disney e da Universal, algumas atrações sofreram avarias.
“Na minha cidade alguns pontos ficaram bem alagados. Não podíamos sair de casa por causa disso, pois podia ser perigoso. Ficamos dentro de casa, na parte de baixo que é mais segura. Eles cortaram a energia, para evitar acidentes, então fiquei sem internet em casa, apenas com a internet do celular, que usei para me comunicar com minha família em Marília”, afirma.
No restaurante em que trabalha, com a energia desligada, vários alimentos estragaram. Para evitar mais desperdício, a empresa contratou um caminhão freezer para acondicionar os produtos que não chegaram a estragar.
“Tivemos que medir a temperatura exata e o tempo que passou sem refrigeração. Perdemos vários produtos, mas ainda conseguimos recuperar alguns. O nosso telefone precisava ficar sempre ligado, pois o governo nos enviava alertas, falando o que era preciso fazer, quais eram os locais com abrigos, quais pontos eram mais perigosos”, conta Ramos.
Desde 2005 nos Estados Unidos, o mariliense diz que esse foi o pior furacão que enfrentou. Em 2017, Ramos já tinha passado pelo Irma.
“Esse ano foi bem forte mesmo. Como o 5G dos celulares aqui é muito bom, eu consegui me comunicar com a minha família em Marília. Agora, o tempo já está bom novamente e, olhando para o céu, nem dá para dizer que passou um furacão por aqui”, finaliza o mariliense.