Mariliense morta por marido é enterrada após sete meses
Somente sete meses após seu assassinato, o corpo da mariliense Lucimar Brasilisa da Silva Soares Barbosa, de 38 anos, foi encaminhado para sepultamento no Cemitério da Saudade em Marília. A cerimônia ocorreu na última segunda-feira (20).
Lucimar foi assassinada no dia 8 de outubro de 2018 pelo marido em Campinas. O autor, Izael Soares Barbosa, de 57 anos, era médico perito do Detran-SP.
De acordo com jornais locais, Izael disse para a polícia que encontrou Lucimar em casa, com um cabo de energia enrolado no pescoço e caída no chão.
No entanto, a investigação do caso apontou um possível homicídio por parte do marido, que acabou preso em novembro do ano passado e indiciado por feminicídio. Ele será levado a júri popular em data a ser definida.
A Justiça liberou o corpo para sepultamento somente após o fim da investigação. Lucimar permaneceu no Instituto Médico Legal (IML) de Campinas durante o período.
O delegado que investigou o caso, José Roberto Rocha Soares, afirmou que antes de ser morta, Lucimar foi torturada.
A investigação descobriu que as torturas psicológicas e físicas eram de longa data. Inclusive os três filhos dela, de relações anteriores, também eram vítimas do médico. A família era mantida sob controle de Izael, que impedia que a mulher e os enteados saíssem de casa.
Tortura
O único registro na polícia contra o marido ocorreu em setembro do ano passado. Na ocasião, Lucimar alegou que o homem tentou esganá-la.
A agressão foi tão violenta que houve rompimento dos vasos de um dos olhos da mulher. Ela teve a boca selada com cola adesiva e precisou de horas para retirar o material dos lábios.
Lucimar também teve um pé quebrado após sofrer suposta queda dentro de casa. Ao ver a mulher caída, em vez de ajudá-la a se levantar, Izael pisou sobre o pé da vítima.
Para ninguém suspeitar, o marido retirou o gesso da perna dela, segundo apurou a polícia.