Marília volta a ter problemas constantes com falta de água em diversos bairros
O desabastecimento de água em diversos bairros de Marília é um problema crônico que se arrasta há décadas na cidade. Nos últimos anos, foi constatada uma diminuição nos casos de defeitos na rede de distribuição, porém, recentemente os problemas têm voltado a acontecer com maior frequência.
Moradores da zona Norte passaram os últimos dois finais de semana com a ausência do serviço essencial e contaram ao Marília Notícia sobre essa dificuldade.
Nos dias 8 e 9 de julho, a queima da bomba do poço P-04 fez faltar água na região Norte e atingiu áreas do bairro Palmital e adjacentes.
Já neste sábado (22) e domingo (23), a quebra da bomba do poço P-03 atingiu localidades dos bairros Parque das Nações, Nova Almeida, Parque das Primaveras e outros.
O comerciante Maycon Martins, de 32 anos, possui uma lanchonete no Santa Antonieta e relatou que o consumo do estabelecimento é baixo, por isso, não chegou ser um problema para ele. Contudo, sua mãe acabou sofrendo as consequências.
“Minha mãe mora na mesma região e ficou a tarde toda do sábado sem água. Só ligaram de manhã para abastecer e depois acabou de novo. É complicado, isso acontece há muito tempo”, conta Martins.
Outro comerciante que vende água mineral na zona Norte, que preferiu não ter o nome divulgado, também passou pelo desabastecimento, mas acabou aumentando as vendas.
“Aqui em casa a gente economizou e não chegou a ‘zerar’, mas acabou na casa de muita gente. Eu vendi 50 galões de água no sábado e, se tivesse entregado no domingo, teria esgotado meu estoque”, compartilha.
PREJUÍZO
O MN noticiou que o Daem já acumula um prejuízo de R$ 20 milhões nos cinco primeiros meses de 2023. O valor é superior à soma dos déficits registrados nos últimos três anos. A situação foi denunciada pela Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) Marília Transparente (Matra).
Nos 12 meses de 2020, o Daem acumulou déficit de aproximadamente R$ 7,9 milhões, com média mensal de prejuízo estimada em R$ 663 mil.
Já no ano seguinte, a autarquia ficou cerca de R$ 9,6 milhões no vermelho, com média mensal de R$ 803 mil.
No ano passado, aparentemente a situação começou a melhorar, apresentando déficit de R$ 733 mil e média mensal de R$ 61 mil.
Em 2023, porém, em apenas cinco meses, com os mais de R$ 20 milhões de déficit, a média mensal ficou em R$ 4,1 milhões de prejuízo por mês. Na soma dos três anos anteriores, a baixa atingiu R$ 18,3 milhões.