Marília tem sete áreas de encosta com risco de desabamento
Um sinal de alerta acende em Marília diante de ao menos 27 mortes provocadas pelo excesso de chuvas, e suas consequências, no Estado de São Paulo, durante a última semana – inclusive com estragos na região.
A cidade possui sete áreas com risco de deslizamento de terra e uma com possibilidade de solapamento – ou afundamento do solo, segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais. Situação que tem deixado a Defesa Civil e equipes de socorro em sobreaviso.
Um relatório sobre o município, emitido pelo órgão no último domingo (30), diante do grande volume de chuvas desta semana, aponta a possibilidade “moderada” de “movimentos de massa” em áreas ocupadas por até 5.060 pessoas em 1.012 moradias.
Em Marília, estas áreas de risco ficam às margens da cidade, que se caracterizam por beiradas de precipícios. Esse grave problema já foi assunto de matéria do Marília Notícia nos últimos anos.
Os pontos mais críticos, segundo o relatório do Centro Nacional, classificados com risco “muito alto” de movimentação de massas – ou seja, deslizamento de terra – ficam no bairro Jânio Quadros; na Salvador Salgueiro e no Palmital; no Eldorado e no Bandeirantes; e no Fragata.
Estão classificadas com risco “alto” áreas nos bairros Santa Antonieta II e Parque das Nações; Argollo Ferrão; Vila Real, Nova Marília e Homero Zaninoto – onde há a possibilidade de solapamento do solo – ou afundamento. Algumas das áreas de risco ocupadas são contínuas e ocupam mais de um bairro.
Na cidade, é recorrente expressão “Marília fica no alto de um platô”. Isso significa, entre outros pontos, que a zona urbana é limitada por desfiladeiros, normalmente mais expostos à erosão.
Sobre a ação da chuva no solo, vale lembrar a interdição da estrada vicinal que liga a sede do município ao distrito de Avencas, em vigência.
A Defesa Civil esteve no local após relato de rolamento de sedimentos da parede de arenito. Grandes pedaços de rocha se soltam e caem sobre a pista.
Marília registrou um volume de chuva 32% acima da média para janeiro. Foram 379,4 milímetros de chuvas acumulados, segundo a Somar Meteorologia – boa parte deles concentrados na última semana. As precipitações continuam, ainda que em menor volume agora.
“As áreas de risco do município caracterizam-se pela ocupação em encostas com declividade moderada a alta, do tipo corte/aterro que apresentam indícios de movimentação da encosta”, afirma o Centro Nacional sobre Marília.
“Esta situação associada à precipitação [chuva] incidente (ou) acumulada e a previsão meteorológica indica que podem ocorrer deslizamentos pontuais e induzidos nas áreas de risco mapeadas”, conclui o alerta oficial.