Marília tem 600 domésticas em busca de reconhecimento
Comemorado nesta quinta-feira (27), em homenagem à Santa Zita, o Dia Nacional da Empregada Doméstica traz também uma reflexão em torno do tema, uma vez que a data busca reconhecer o trabalho árduo da categoria.
Em Marília, de acordo com dados do Portal do Empreendedor, são 663 pessoas em atuação na atividade de serviços domésticos como microempreendedores individuais (MEI) – sendo 644 mulheres e 19 homens.
Apesar de muitas vezes invisíveis, os trabalhadores do ramo são verdadeiros guerreiros que lutam diariamente para levar o sustento para dentro da própria casa, enquanto cuidam dos lares de outras famílias.
O número de profissionais que atuam com serviços domésticos certamente é muito maior na cidade, já que existem os trabalham como empregados com CLT (carteira de trabalho assinada), além dos que ficam na informalidade, sem qualquer tipo de registro.
Há mais de 20 anos, Benedita Aparecida Raimundo da Silva, mais conhecida como Cida, atua no ramo. A doméstica conta que atualmente não possui uma residência fixa para trabalhar e que paga o INSS de forma particular.
Para ida, gostar do trabalho faz toda diferença para quem atua nessa área. “Vale muito a pena. Eu trabalho com pessoas que já estão acostumadas com a limpeza que faço. O meu serviço é muito gratificante. Poder limpar toda a casa, fazer uma comida ou um café da manhã e ser elogiada por isso. Tenho uma grande dedicação para cuidar da casa dos outros e ainda cuido da minha casa. Faço todo o meu trabalho com muito amor. É como se estivesse cuidando da minha própria casa”, conta.
As qualidades de uma empregada doméstica vão muito além das habilidades técnicas necessárias para a limpeza e organização de uma residência. Essas profissionais são multitarefas, equilibram diversas responsabilidades e têm a incrível capacidade de gerenciar o tempo e os recursos disponíveis para garantir que tudo esteja em ordem.
Para o analista de negócios do Sebrae-SP, José Madeira Netto, se tornar microempreendedor individual (MEI) permite que diaristas obtenham um CNPJ de maneira desburocratizada, pela internet, sem custo e assim prestem serviços não apenas em residências, como também em empresas. Com a formalização, passam a ter a possibilidade de emitir notas fiscais para os clientes.
“Além disso, ao se tornar MEI, o profissional também passa a contribuir junto ao INSS, o que lhe assegura benefícios previdenciários como aposentadoria, auxílio-doença, auxílio-maternidade, entre outros. A formalização do MEI é voltada para quem atua como diarista, atividade que permite a prestação de serviços domésticos para um ou mais clientes, sem vínculo empregatício, diferente da figura da empregada doméstica, na qual o empregador deve seguir a lei trabalhista”, explica Netto.
As empregadas domésticas são fundamentais para o funcionamento de muitos lares, permitindo que as famílias possam conciliar suas atividades profissionais e pessoais. É importante reconhecer e valorizar o trabalho dessas profissionais, não apenas no Dia Nacional da Empregada Doméstica, mas todo o ano.