Marília tem desafios na saúde mental e habitação para 2023
Falta apenas uma semana para o final do ano. Marília inicia em 2023 o último biênio da administração do prefeito Daniel Alonso (sem partido), que completa o sexto ano no comando da Prefeitura, em seu segundo mandato. Um dos desafios para a cidade será melhorar o atendimento na área da saúde mental, que atualmente conta com grande demanda de público.
Como já divulgado pelo Marília Notícia, os atendimentos individuais para pacientes que buscam ajuda só contam com vagas para 2023.
Sobre as demais necessidades do município, o MN entrou em contato com os vereadores. Elio Ajeka (PP) acredita ser necessário conceder uma anistia de tributos de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), do Departamento de Água e Esgoto de Marília (Daem) e outros.
“Tenho algumas sugestões de demandas que não aconteceram neste ano. Anistia de tributos, concessão de áreas em razão deste ter sido um ano eleitoral e ainda a questão da gestão dos resíduos sólidos e do Plano Diretor da cidade”, afirma.
Vânia Ramos (Republicanos) fala em dar mais atenção para a saúde. A parlamentar quer que a cidade tenha um Centro de Referência em Transtorno do Espectro Autista (TEA), dentro dos postos, atendendo pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Marília.
“Apesar de Marília contar com o Espaço Potencial, este não está dando conta da demanda e existem muitas crianças na fila de espera. Em São Paulo já existe um Centro de Referência para o autista. O Espaço Potencial faz um excelente trabalho, mas é necessário um atendimento especializado pelo SUS. É um importante serviço de atenção diária, para dar assistência e inclusão na modalidade ambulatorial para crianças e adolescentes”, diz.
MORADIAS SOCIAIS
A vereadora Professora Daniela (PL) afirma que Marília precisa dar mais atenção para a área de moradias sociais, para a pavimentação de ruas e principalmente na área da Saúde que, segundo ela, será o maior desafio para os próximos dois anos.
“Um dos desafios é na parte de moradias. Vejo que é muito importante ter casas de preço acessível, para pessoas que de fato precisem de moradia social. Precisamos buscar forças para a construção dessas casas. Temos ainda muitas ruas que precisam ser asfaltadas e a Saúde precisa melhorar muito. É preciso um diálogo com o secretário Nechar, zerar a demanda de exames e a questão da distribuição de remédios. Esse é um grande desafio”, avalia Daniela.
O vereador Luiz Eduardo Nardi (Podemos) também destaca a questão da habitação em Marília. Ele ainda pede atenção ao cumprimento de todas as exigências para a concessão do Departamento de Água e Esgoto de Marília (Daem).
“É preciso uma retomada dos programas habitacionais em Marília, em especial, para as pessoas mais carentes. Isso precisa ser visto com muito cuidado. Eu terei nos próximos dois anos uma atenção no cumprimento do contrato da empresa que ganhar a concessão do Daem”, afirma.
O parlamentar aponta ainda a necessidade de criação de uma política pública municipal para a segurança alimentar da população mais carente, para atender as famílias que mais precisam e sofrem com a vulnerabilidade social.
“Não é só entregar cesta básica em período eleitoral e sem critério. Tem que criar um cadastro importante para quem precisa, com todos os dados. Pode ser utilizado o cadastro do Bolsa Família. Temos que ter um programa municipal de segurança alimentar, que naturalmente traria um certo conforto para tanta gente. Vou me dedicar nessa construção”, conta Luiz Eduardo Nardi.
O Marília Notícia já abordou o assunto das moradias sociais na cidade. O município gastou um elevado valor em um diagnóstico feito recentemente, mas – apesar da conclusão sobre a necessidade de construção de moradias para uma população de 19 áreas de favela na cidade – nenhum valor foi disponibilizado no Orçamento de 2023 para o assunto.
SAÚDE MENTAL
O vereador Danilo da Saúde (PSB) afirma que a Câmara apresentou pautas importantes e necessárias para o município, mas que são de competência da Prefeitura. O parlamentar cita a saúde mental em Marília e outros temas para os próximos anos.
“Eu mesmo já pautei diversos pedidos. Na Saúde, por exemplo, é preciso melhorar muito o acesso e humanizar o cuidado. Temas como saúde mental, assistência farmacêutica, especialidades médicas e prevenção de doenças precisam de atenção especial da gestão. Isso não está ocorrendo”, afirma.
O vereador também salienta a área social e diz que faltam ações para tornar mais transparente a distribuição de cestas básicas e melhorias no cuidado de famílias em vulnerabilidade social.
“A cidade precisa de uma ampliação nos programas de capacitação para encaminhamento ao mercado de trabalho. Sem falar da área de meio ambiente e mobilidade urbana, que Marília está muito atrasada”, conta Danilo.
Um dos homens fortes do governo municipal, o assessor especial de governo da Prefeitura de Marília e vice-presidente do Marília Atlético Clube (MAC), Alysson Alex, em publicação nas redes sociais, indicou a necessidade de melhorias na área de saúde mental na cidade.
A postagem foi feita após o registro de dois suicídios na cidade, na última segunda-feira (19). Os casos foram registrados em menos de cinco horas de diferença.
No início do mês, o MN publicou uma reportagem abordando as dificuldades que os pacientes têm enfrentado para conseguir atendimento na área da saúde mental em Marília. A abordagem em grupo têm início quase que imediato, porém, como dito acima, para as consultas individuais é preciso aguardar vaga.
“Já acionei nosso prefeito Daniel e nosso secretário da Saúde, doutor Nechar, para que medidas de atendimento às famílias que sofreram estas grandes perdas e medidas de prevenção sejam tomadas. Nossa estrutura municipal de saúde tem total condição de criar uma ação imediata para monitorar a elevação desta fatalidade em Marília”, escreveu Alysson Alex.
Ainda de acordo com a postagem, o assessor confirma que houve um aumento no número de pacientes que procuram atendimento individual precisando de medicamentos contra a depressão e outros transtornos mentais na cidade.
“Há mais de 30 dias, a imprensa está nos alertando sobre o problema da área de saúde mental em Marília. O número de suicídios apresentou grande aumento na cidade e também o número de pacientes que procuram atendimento individual, precisando de prescrição de medicamentos contra depressão e outros transtornos mentais. Já tomei ciência da escassez de vagas para consultas”, afirmou o assessor.
O prefeito Daniel Alonso foi procurado para falar sobre o assunto, mas não houve retorno até a publicação desta desta reportagem.