Marília tem cerca de 10 mil profissionais de saúde que esperam a vacina
A chegada em Marília de doses do primeiro lote da vacina Coronavac, desenvolvida pelo laboratório Sinovac e o Instituto Butantan, traz a expectativa da imunização de cerca de 10 mil pessoas na cidade. São necessárias 20 mil doses para completar o esquema vacinal preconizado.
O contingente é formado pelos profissionais de saúde que estão entre os mais expostos à contaminação pelo coronavírus.
Eles estão nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), serviços de urgência – incluindo UPA, PA Sul e Samu – mas também nas maternidades, ambulatórios de especialidades, laboratórios, centros de diagnóstico por imagem, consultórios médicos, entre outros.
Somente na Santa Casa de Marília, são cerca de 1,2 mil profissionais. O Hospital Beneficente Unimar (HBU) conta com 925 colaboradores. A Atenção Primária, com a rede de postos de saúde do município, emprega cerca de 1 mil trabalhadores.
Segundo dados do Conselho Regional de Enfermagem do Estado de São Paulo (Coren-SP), o Brasil teve 519 profissionais da área mortos por complicações da Covid-19. O Conselho Federal de Medicina (CFM) apontou a perda de 465 médicos.
“O Brasil é o País do mundo com maior número de mortes, dentro da nossa classe profissional. Tivemos uma reunião na semana passada para pedir ao Governo do Estado que mantenha os esforços para que a vacina chegue a todos os trabalhadores da Saúde”, disse o presidente do Coren-SP, James Francisco dos Santos.
A enfermeira obstétrica Claudineia Aleixo é profissional liberal. Ela acompanha mulheres no período gestacional, parto e puerpério. Praticamente todos os dias, está com as clientes em hospitais.
“Precisamos muito da vacina. É uma questão de amor à vida e respeito ao próximo. Não se sabe quem está ou não com o coronavírus, devido ao grande número de casos assintomáticos. Esperamos que essa campanha de vacinação não pare”, disse Claudineia.
A reportagem do Marília Notícia questionou a Secretaria de Estado da Saúde sobre a logística e previsão para a chegada de mais doses no município, mas não teve resposta objetiva.
O secretário municipal da Saúde em Marília, Cássio Luiz Pinto, reforçou que o Plano Municipal de Imunização já está pronto, mas que o município depende do imunobiológico.
A Prefeitura espera que a vacinação dos profissionais de saúde vinculados a hospitais ocorra nos próprios locais de trabalho. Nenhum planejamento específico foi divulgado para os demais. “Primeiro temos que ter a vacina”, resumiu Cássio.
O município estuda utilizar o ginásio da avenida Santo Antônio para algumas das etapas da imunização, o que pode contemplar parte dos trabalhadores da saúde e também as pessoas acima de 75 anos, que teriam prioridade entre os idosos.
Sobre a disponibilidade de vacina, em nota, a Secretaria de Estado da Saúde informa que “até a próxima sexta-feira (22) deverá concluir o envio dos quantitativos de doses a todos os municípios do Estado de São Paulo”.
Segundo a pasta “o envio tem se baseado em critérios logísticos a fim de qualificar a distribuição”.
A Secretaria garantiu ainda que “seguirá divulgando diariamente os próximos destinos, bem como seus quantitativos, dando transparência aos estoques previstos para cada local”.