Marília retoma fumacê após seis anos e usa técnica na zona Oeste
As condições climáticas vão determinar a continuação da nebulização contra o mosquito Aedes aegypti, pela Prefeitura de Marília e Superintendência de Controle de Endemias (Sucen). O uso de inseticida foi retomado na segunda-feira (1), após seis anos sem o uso dessa estratégia.
No primeiro dia, foi feita nebulização em bairros da zona Oeste, na área de abrangência da Unidade Básica de Saúde (UBS) Chico Mendes. A previsão para essa terça-feira (2) era percorrer ruas do bairro Argollo Ferrão.
Estão sendo usados uma caminhonete da Sucen e outra da Prefeitura de Marília. Os equipamentos pesados – bombas cedidas pelo órgão estadual – lançam veneno para matar os mosquitos adultos. O produto não tem efeito larvicida.
A aplicação está prevista até o dia 11 deste mês. Só não haverá nebulização durante períodos de chuva e aos domingos. Os bairros ainda não foram divulgados.
O inseticida usado também é uma novidade. O Cielo, que passava por testes de implementação desde 2015, passou a ser usado este ano. O novo inseticida é composto por imidacloprido (neonicotinóide) e praletrina (piretróide). Os princípios ativos são diferentes do Malathion, pois vem pronto para uso em Ultrabaixo Volume (UBV), para o popular “fumacê”.
Resultados
O protocolo para esse tipo de trabalho, que só é feito em casos excepcionais e foi autorizado esse ano em Marília em função da pandemia do novo coronavírus, prevê que só pode ser feita nebulização em áreas onde já foi feita a busca ativa dos criadouros.
A técnica não pode ser usada se os agentes não tiverem feito buscas e eliminado os criadouros em pelo menos 70% dos imóveis.
Os especialistas consideram ineficaz e inapropriada a nebulização em locais que ainda estão com larvas do mosquito, uma vez que a área será rapidamente “repovoada” de insetos e a intervenção não terá resultados efetivos para a população.
Mesmo com a baixa temperatura e o período de estiagem, a transmissão de dengue na cidade segue com números alarmantes.
Em apenas uma semana (entre os dias 21 e 28), conforme dados divulgados pela Secretaria Municipal da Saúde, foram acrescentados 50 casos. Em 2020, a doença já fez 1.272 vítimas na cidade.