Marília registra venda recorde e desabastecimento de gás
As revendas de gás em Marília, no começo desta semana, trabalharam apenas para atender ligações dos clientes e informar a indisponibilidade do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), de uso doméstico.
Após vender o dobro do normal para essa época do ano, entre os dias 20 de março e 4 de abril, quem trabalha com o produto já fala em desabastecimento.
Até a sexta-feira (3), na maioria das revendas de Marília e nas distribuidoras a situação era de alta demanda, com algumas horas de indisponibilidade. Porém, nesta segunda (6), já não era mais possível fazer a compra.
O revendedor Pedro Olímpio Caetano, que tem um depósito na zona Norte da cidade, conta que atendeu por telefone mais de 300 clientes, que ligaram ontem pela manhã, fora as dezenas de pessoas que dispensou no portão.
“Nunca vi uma situação dessa. Em geral o povo está deixando acabar o gás. Mas desde o mês passado, com essa questão do coronavírus, a venda subiu como se fosse um dezembro: a maioria das pessoas comprou dois”, disse.
Quem não comprou, porém, pode ficar sem o suprimento, pelo menos nos próximos dias. A reportagem do Marília Notícia entrou em contato com as duas distribuidoras que atendem depósitos na cidade: nenhuma entregou o produto ontem.
Com isso, as cerca de 80 revendas que estão cadastradas em Marília – conforme o site da Agência Nacional de Petróleo (ANP) – cruzam os braços à espera do produto.
Não há problema
Apesar da situação já relatada nas cidades, a agência federal nega desabastecimento no país.
Em nota, informa: “A ANP esclarece que não há razão para corrida da população às revendas e distribuidoras de GLP para compra de botijão, para formação de estoque pelo consumidor em casa”.
Diz ainda que “O abastecimento com gás de cozinha está ocorrendo em todo o país. No entanto, podem ocorrer problemas pontuais, diante da situação de crise. A Agência está monitorando diariamente o mercado de combustíveis e está trabalhando para garantir o abastecimento”.
A nota federal recomenda aos consumidores que “evitem a corrida às revendas, pois a previsão é de que o suprimento siga contínuo”.
Petrobrás
Em nota, a Petrobras informou que “continua reforçando o abastecimento de GLP para atender ao aumento da demanda, no período de maior consumo devido à pandemia de Covid-19”
A companhia afirma que “as entregas do gás estão garantidas e não há risco de falta do produto no mercado nem há qualquer necessidade de estocar botijões de GLP”.
Em março, segundo a estatal, as vendas de GLP totalizaram 615 mil toneladas, 8 mil toneladas acima da quantidade inicialmente acordada com as distribuidoras.
No caso do gás de cozinha, a redução da produção – associada à queda de produção dos outros derivados do petróleo – será compensada por importação do produto e as entregas estão garantidas, segundo a Petrobrás.
“O primeiro navio, com capacidade adicional de 20 milhões de quilos de GLP (equivalente a 1,6 milhão de botijões P13), chegou ao porto Santos no dia 30/03 e os próximos têm previsão de chegada nos dias 06/04 e 10/04, em Santos e Mauá. Além disso, a partir do dia 7 de abril, um novo duto também ampliará a oferta de GLP para a região de São Paulo”, informou a estatal