Marília registra quase dois casos de dengue por dia
Dados da Divisão de Vigilância Epidemiológica de Marília confirmam que a cidade registrou 1,68 casos de dengue por dia, de 1º de janeiro a 11 de março de 2023.
Durante o período analisado, foram comprovados 118 casos da doença no município. No comparativo com o mesmo período do ano passado, o número equivale a um aumento de 490%. Em 2022, até a 10ª semana foram constatadas 20 pessoas positivadas com Aedes aegypti.
Até o dia 10 de fevereiro deste ano, a cidade apresentava alta de 925%. Os dados são do Informe Semanal dos Agravos de Notificação Compulsória, gerado pela Secretaria Municipal da Saúde.
Ainda de acordo com a Saúde, ocorreram 868 notificações de suspeitas de dengue até 13 de março. Conforme noticiado pelo Marília Notícia, o município corre o risco de surto da doença. A classificação foi alterada pela Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) após o término do Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), realizado em janeiro.
Em 2022, segundo o Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) do Estado de São Paulo, Marília confirmou 1.042 casos autóctones (contraídos no próprio município) de dengue e 18 importados, totalizando 1.060 infectados.
INTENSIFICAÇÃO
O trabalho de combate ao mosquito Aedes aegypti pela Prefeitura de Marília tem sido intensificado, diante dos números alarmantes. De acordo com o secretário-adjunto da Saúde, Osvaldo Ferioli Pereira, os bloqueios e estratégias de enfrentamento estão sendo realizados pelos servidores desde os primeiros dias de janeiro.
No último sábado (11), a Divisão de Zoonoses realizou intensificação dos serviços nos bairros das Unidades Básicas de Saúde (UBS) Santa Antonieta, Parque dos Ipês, Planalto e em Rosália. A ação contou com o trabalho de 65 agentes de saúde, seis supervisores, quatro motoristas e um supervisor de zoonoses. A intervenção abrangeu 85 quadras, sendo que, dos 1.744 imóveis que foram visitados, 1.153 estavam fechados. Houve 13 recusas de recepção aos agentes.
“Importante que as famílias recebam os nossos agentes de saúde, conversem com os nossos servidores e nos auxiliem diretamente no combate à erradicação dos focos do mosquito, não deixando água parada e vistoriando sempre os quintais”, afirma Pereira.
Nas visitas e nos bloqueios de enfrentamento, os agentes comunitários de saúde aplicam o tratamento químico focal com uso de larvicida.
ALERTA
Atualmente, a cidade conta com cerca de 120 mil imóveis, o que torna difícil a vistoria em 100% deles. Em apenas sete dias, o mosquito atinge sua fase adulta, quando começa a voar e picar. Sendo assim, o controle nas residências torna-se ainda mais dificultoso, haja vista a rapidez da reprodução e evolução do inseto.
O Aedes aegypti, transmissor da dengue e outras doenças, é um inseto doméstico que se reproduz em água parada, onde as fêmeas depositam seus ovos. Estima-se que uma só fêmea possa espalhar ovos em um raio de quase 1 km. Em cerca de dez dias, o ovo se torna mosquito adulto e começa a picar para garantir sua sobrevivência, já que se alimenta do sangue humano. O ciclo de vida do inseto é de cerca de 30 dias.