Marília tem alta gradual e registra maior número de laqueaduras em 2023
Marília registrou um aumento gradual na realização de laqueaduras nos últimos anos e atingiu o maior número de procedimentos em 2023. A alta pode ser explicada por famílias cada vez menores, procedimentos represados durante a pandemia e mudanças na legislação, que diminuiu a idade mínima e dispensou a concordância do cônjuge. Já o número de vasectomias sofreu grande variação.
De acordo com dados obtidos pelo Marília Notícia com o Ministério da Saúde, desde 2019 foram 1.849 procedimentos. Foram 293 procedimentos em 2019, sendo 124 laqueaduras tubarias e 169 feitas durante o parto. Os números caíram em 2020, no primeiro ano da pandemia, com 226 registros, sendo 60 cirurgias eletivas e 166 durante o parto.
Os números de laqueaduras voltaram a crescer em 2021, com 93 cirurgias eletivas e 207 durante o parto, totalizando 300 registros. Em 2022, foram 152 laqueaduras tubarias e 203 feitas no momento do parto, soma de 355 casos.
As cirurgias eletivas de laqueadura aumentaram para 238 em 2023, com 293 procedimentos feitos durante o parto, somatória de 531 registros. Segundo o Ministério da Saúde, neste ano, já foram 56 laqueaduras tubarias e 88 realizadas no parto, totalizando 144 cirurgias.
Foram registrados 723 cirurgias eletivas de 2019 até 2024, além de 1.849 durante o parto.
A laqueadura é um procedimento previsto na Lei 9.263, de 1996, que regula o planejamento familiar no país, direito previsto na Constituição Federal. A conduta profissional de médicos e enfermeiros deve obedecer a uma série de princípios, dentre eles os regulados pelos respectivos códigos de ética e, no caso do Sistema Único de Saúde (SUS), pela Lei 8.080, de 1990, que prevê integralidade do atendimento, preservação da autonomia e direito à informação, entre outros.
A laqueadura é um procedimento de esterilização cirúrgico. Quando não é realizada no momento do parto, é considerada uma cirurgia eletiva e, portanto, segue o fluxo estabelecido na rede hospitalar do estado em que a pessoa se encontra.
Entre os métodos contraceptivos alternativos à laqueadura, o SUS disponibiliza o DIU de cobre, método reversível, que tem eficácia de até 10 anos e em muitas cidades está disponível na Atenção Primária. Para manifestar a vontade de realizar o procedimento, as mulheres podem procurar as Unidades Básicas de Saúde (UBS) para uma consulta de planejamento familiar. Elas devem receber as informações adequadas e serão encaminhadas para o serviço hospitalar de referência a fim de realizar a cirurgia.
Com a atualização da lei do planejamento familiar, que começou a valer em março do ano passado, a idade mínima passou de 25 para 21 anos. Quem tem pelo menos dois filhos vivos também está autorizado, independentemente da idade.
Foi dispensada a autorização do cônjuge para realizar a cirurgia e pessoas sem filhos podem fazer a esterilização, desde que tenham a idade mínima e mães podem fazer laqueadura imediatamente após o parto.
VASECTOMIA
Ao contrário da laqueadura, a vasectomia oscilou desde 2019. Foram 372 procedimentos em 2019, 106 registros em 2020, 181 em 2021 e 232 em 2022. Em 2023 foram realizados apenas 28 vasectomias. Neste ano, até o mês de março, já foram feitos 140 cirurgias. Nos últimos anos já foram 1.059 vasectomias realizadas em Marília.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece cirurgia de vasectomia e todos os estados brasileiros possuem estabelecimentos para a realização. O serviço de saúde não oferece a cirurgia de reversão. O procedimento leva de 15 a 20 minutos e não há necessidade de internação.