Marília pode ter campanha para segundo turno em 2024
Marília poder fazer parte, em 2024, da lista de aproximadamente 100 municípios brasileiros onde são necessários dois turnos para a escolha do prefeito. São cidades que têm a partir de 200 mil eleitores. Mas, para que isso seja possível, é preciso aumentar o interesse pelo sistema democrático e reverter o grande número de títulos cancelados.
Dados do sistema da Justiça Eleitoral desta segunda-feira (25) apontam que a cidade tem atualmente 158.873 eleitores aptos a votarem em 2022. Além destes, outros 42.245 alistados na Justiça Eleitoral em Marília estão com os títulos cancelados. Somados ativos e inativos, a cidade atinge 201.118 pessoas.
A chefe do cartório da 70ª Zona Eleitoral de Marília, Karina Marcussi Gomes, afirma que o número de aptos vai aumentar e explica o motivo.
“O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou na semana passada (19) uma resolução que suspende os efeitos dos cancelamentos de títulos eleitorais, decorrentes da revisão do eleitorado, prevista no Programa de Identificação Biométrica de 2019/2020. Esse quantitativo de eleitores ainda será acrescentado”, explica.
Mas o total de acréscimo – representado pelos eleitores que tiveram os títulos cancelados por não adesão à biometria no prazo – ainda é desconhecido em Marília. Os dados serão consolidados pelo Tribunal no dia 11 de julho, quando os partidos e pré-candidatos saberão exatamente quantos eleitores vão poder ir às urnas.
Outro obstáculo para que Marília avance em direção aos 200 mil é que a resolução aprovada no dia 19 estabelece que os títulos reabilitados – para voto em 2022 – voltarão à condição de cancelados, quando o cadastro eleitoral for reaberto, após as eleições deste ano.
“Ainda vai acontecer muita coisa até 2024. O brasileiro costuma deixar para última hora e essa corrida da biometria ainda vai ocorrer. Não descarto a possibilidade de Marília ter segundo turno em 2024. A cidade está crescendo muito”, diz o prefeito Daniel Alonso (PSDB).
Para o experiente vereador Luiz Eduardo Nardi (Podemos), seria importante uma mobilização para a cidade atingisse os 200 mil aptos. “Com dois turnos, o prefeito eleito tem mais representatividade”, acredita o veterano.
Nelson Mora, liderança do PSD em Marília e também experiente político de bastidores, avalia que uma campanha seria propositiva. “Teria que haver um esforço para conscientizar a população, independentemente de partido. Esse movimento poderia começar com palestras nas escolas. Está aí um bom trabalho para organizações, como a Oscip Marília Transparente (Matra)”, sugere Mora.
EXEMPLOS
Caso que ficou conhecido no país foi a campanha de Maringá, no Paraná, para motivar o eleitorado a se regularizar e atingir o total de 200 mil eleitores. Na época, a ação envolveu os dez pré-candidatos a prefeito, que deixaram de lado as diferenças.
Já a cidade de Blumenau, em Santa Catarina, teve que fazer campanha para convencer os eleitores a aderirem ao cadastramento biométrico; caso contrário, ficaria abaixo do mínimo legal e não poderia mais realizar segundo turno. Em ambos os casos, as campanhas foram bem sucedidas.