Marília pode ser penalizada por Doria se não seguir Plano SP
Mesmo tendo sido considerada uma cidade “rebelde” e “fora da regulamentação” do Estado durante parte da pandemia, Marília não deve ser prejudicada na campanha estadual de vacinação contra a Covid-19, segundo avaliação de fontes ligadas ao prefeito Daniel Alonso (PSDB).
O chefe do Executivo municipal não se manifestou ao Marília Notícia, mas segundo assessores próximos, ele teria afirmado que está tranquilo. A avaliação é de que o embate com o governador João Doria (PSDB) já foi superado.
Durante apresentação do Plano Estadual de Imunização aos prefeitos, nesta quarta-feira (6), o secretário de Desenvolvimento Regional do governo Doria, Marco Vinholi, disse que os municípios que cumpriram o Plano São Paulo serão priorizados.
“Aqueles que forem irresponsáveis irão para o fim da fila nos atendimentos”, disse o secretário. Posteriormente ele se explicou e afirmou que nenhum município deixaria de ser atendido, mas aqueles que não seguirem as regras perderão a prioridade em outros aspectos da relação com o Estado.
“Quem vai ser priorizado é quem seguir os preceitos com responsabilidade e clareza. Vamos priorizar aqueles que forem parceiros da vida e de uma gestão de responsabilidade em São Paulo”, disse o secretário de Doria.
Apesar de Daniel Alonso ter se negado a determinar a suspensão de atividades econômicas em alguns momentos durante o ano passado, o prefeito de Marília acatou as ordens estaduais mais recentes nesse sentido, como o retorno à fase vermelha do Plano SP no Natal e no Ano Novo.
Para evitar algum tipo de retaliação do governo Doria, a administração municipal deve seguir uma eventual reclassificação no Plano São Paulo, anunciada para esta quinta-feira (7).
A região corre o risco de retroagir para uma etapa mais restritiva em decorrência do aumento na ocupação de leitos de UTI.
Festas e aglomerações
Doria avaliou como “majoritariamente boa” a atenção dos prefeitos às recomendações do governo estadual para conter a propagação do novo coronavírus durante o início deste novo mandato, em 1º de janeiro, e período seguinte às festas de fim de ano.
Segundo o governador, alguns poucos prefeitos, menos de 20, “não agiram como deveriam” – o tucano disse esperar que exceções não ocorram mais.
“Teremos um primeiro ano difícil, mas isso vai passar se tivermos capacidade de agir e princípio de defesa da vida”, disse Doria durante Seminário de Gestão Pública para os novos prefeitos do Estado de São Paulo.
Na capital paulista, força-tarefa do Estado e da Prefeitura de São Paulo interditou 11 estabelecimentos e flagrou cerca de 6,7 mil pessoas em festas clandestinas e bares que funcionavam irregularmente durante os feriados de Natal e Réveillon.
Focos de aglomeração também foram observados na Região Metropolitana de São Paulo e no litoral.
O governador convocou os 645 prefeitos que tomaram posse em 2021. As principais pautas foram o Plano Estadual de Imunização, o Plano São Paulo de reabertura econômica e flexibilização da quarentena durante a pandemia da Covid-19, e a política econômica do Estado.
A maioria das regiões de São Paulo está na fase amarela do Plano, após um breve período na fase vermelha durante os feriados de fim de ano.
A única região que não voltou para a classificação com menos restrições é a de Presidente Prudente, no interior, que segue na fase vermelha.
O Estado de São Paulo registrou 47.222 óbitos e 1.486.551 casos confirmados do novo coronavírus até as 16h50 desta terça-feira (5), segundo balanço mais recente da Secretaria Estadual da Saúde.
A taxa de ocupação de leitos de UTI é de 62,3% no Estado, média que é de 65,3% na Grande São Paulo. No município de Marília a ocupação chegou a 100% esta semana.
Até as 12h de terça-feira havia um total de 11.945 pacientes internados com suspeita ou confirmação da doença em São Paulo, dos quais 6.770 em leitos de enfermaria e outros 5.175 na UTI.