Marília pode dobrar leitos clínicos para Covid-19 no SUS
Caso a situação se agrave drasticamente, Marília pode praticamente dobrar a quantidade de leitos clínicos – aqueles em enfermarias – reservados para pacientes positivos ou suspeitos de terem contraído a Covid-19, e que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS).
Já uma ampliação mais agressiva no número de leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) exigiria a obtenção de mais respiradores pelos hospitais da cidade, o que pode levar algum tempo.
Ainda não é o caso de tal ampliação, pois Marília vem registrando baixos índices de ocupação nos leitos para esse tipo de paciente, tanto em enfermarias, quanto em UTIs – veja detalhes no final do texto.
Mesmo assim, o poder público precisa estar preparado para o pior cenário, caso ele chegue. No entanto é importante pontuar que existem pequenas diferenças nos dados atuais informados pelas unidades de saúde e pelo poder público municipal – conforme identificou a reportagem.
Relatório apresentado ao Executivo com informações sobre Santa Casa, Hospital das Clínicas e Hospital Beneficente Unimar (HBU), obtido com exclusividade pelo Marília Notícia, mostra que os leitos clínicos no SUS local poderiam passar de 104 para 200 em pouco tempo.
Isso dependeria da pactuação entre a Prefeitura, responsável pelos pagamentos, e os hospitais. No entanto, a cidade recebe pacientes de toda a região e até de outras áreas do estado e do Brasil.
Segundo relatório do governo municipal, no Hospital das Clínicas de Marília hoje são 46 leitos de enfermagem reservados para pacientes sintomáticos e podem ser separados outros 16.
Já na Santa Casa, hoje seriam 18 (três deles infantis) e podem ser reservados mais 20 para o SUS, segundo o município.
O hospital, no entanto, afirma que atualmente existem 15 leitos reservados para Covid-19 em enfermagem, três a menos do que a Prefeitura cita – e nenhum seria especificamente infantil.
Já o HBU seria o hospital que possui maior capacidade de ampliar os leitos clínicos, dos 40 atuais para mais 60 – e mais 20 em um instante posterior.
UTI
A Secretaria da Saúde de Marília contabiliza um total de 42 leitos de UTI no SUS local reservados para enfrentamento da Covid-19. Mas também existem algumas divergências entre os dados oficiais do município e o que alegam os hospitais.
Outros 12 leitos de UTI exclusivos para sintomáticos poderiam ser criados praticamente de imediato na cidade, caso a ocupação cresça. E mais 22 leitos de terapia intensiva dependeriam de respiradores para habilitação, segundo o município.
Na Santa Casa estão os 12 leitos extras de UTI prontos para serem disponibilizados aos possíveis pacientes com coronavírus, segundo o levantamento da Prefeitura obtido pelo MN. Hoje já são 10 UTIs para esses pacientes habilitadas ali dentro oficialmente no SUS, segundo a Prefeitura.
A assessoria de imprensa da Santa Casa, no entanto, fala em 13 leitos de UTI entre SUS e particulares – o hospital afirma que, no momento não estaria havendo distinção entre leitos públicos e privados, por causa da pandemia.
O HBU afirma dispor de 30 UTIs para pacientes da Covid-19 e, em decorrência da pandemia, não haveria distinção entre leitos públicos (por força de convênio com administração municipal) e particulares, segundo o hospital. No entanto, no momento a Prefeitura trata oficialmente apenas 10 deles como leitos do SUS.
Segundo documento da administração municipal, a disponibilização de mais 10 leitos para o SUS no HBU dependeria de respiradores.
No Hospital das Clínicas de Marília são 22 leitos de UTIs reservados e existe a possibilidade de mais 12 serem separados, mas todos eles também dependeriam de respiradores.
Ocupação
Entre leitos públicos e privados, em enfermaria e UTI, no momento Marília possui 166 reservados para pacientes confirmados ou com suspeita de infecção pelo novo coronavírus, segundo dados dos próprios hospitais.
Nesta sexta-feira (15), nos três hospitais foram contabilizados 18 pacientes sintomáticos – de cidades variadas – internados em Marília. Isso significa que aproximadamente 10% dos leitos deles estavam ocupados.
Manter a ocupação de leitos abaixo de 60% é uma das três exigências do governo do Estado para um futuro relaxamento regional da quarentena – o único requisito atendido por Marília no momento. Outras exigências são índice de isolamento social médio abaixo de 50% e casos confirmados em queda.