Tarifa de ônibus vai subir para R$ 4,50 em Marília
A Prefeitura de Marília confirmou nesta quinta-feira (8), por meio de nota oficial, reajuste no valor da tarifa do serviço de transporte público, que passa ser R$ 4,50. Atualmente a taxa cobrada é de R$ 3,80. O aumento será de 18%. O decreto que vai formalizar a decisão deve ser publicado neste sábado (10).
Vale lembrar que este é apenas o segundo reajuste autorizado desde início da gestão do prefeito Daniel Alonso (PSDB). A última correção da tarifa ocorreu em março de 2019, depois de quatro anos. Na ocasião, foi concedido acréscimo de R$ 0,80 sobre o valor que, até então, era de R$ 3 – alta de 26,6%.
“O prefeito Daniel Alonso negou o reajuste solicitado pelas empresas de ônibus do transporte público de R$ 6,24 por ser totalmente inviável e, principalmente, por conta da pandemia que o Brasil está passando”, lembra a administração municipal em nota.
Contudo, a Prefeitura pondera que “pela garantia da continuidade dos serviços prestados e pensando nos funcionários das empresas que não estão recebendo os seus salários, [o prefeito] concederá o reajuste da tarifa, aprovado pelo Sistema Auxiliar de Fiscalização do Transporte Coletivo Urbano de Marília (SAF) no valor de R$4,50.”
O anúncio foi feito em meio à paralisação dos motoristas Grande Marília, que atua nas zonas Norte e Leste da cidade, após novo atraso salarial. A empresa alega que não tem caixa e já pediu a rescisão contratual por falta de correção anual da tarifa e desequilíbrio financeiro.
A Grande Marília anunciou que pararia de operar definitivamente no fim de março, mas uma liminar da Vara da Fazenda Pública da Justiça do Estado obrigou a empresa a continuar no serviço.
O Marília Notícia divulgou em primeira mão a decisão do SAF em fixar a tarifa do ônibus em R$ 4,50. O posicionamento, porém, é apenas consultivo e a palavra final é do prefeito.
VOTAÇÃO
Durante reunião do SAF, a tarifa de R$ 4,50 da Prefeitura recebeu quatro votos, enquanto a proposta de R$ 6,24, apresentada pelas empresas, teve a adesão de três votantes. Receberam um voto cada as tarifas de R$ 4,25 e R$ 4,70.
O valor que mais recebeu votos – R$ 4,50 – teve a adesão dos dois representantes da Prefeitura e do presidente da Emdurb, Valdeci Fogaça, além da representante do Conselho Municipal do Idoso de Marília (Comdim).
Os dois representantes das empresas votaram por fixar a tarifa em R$ 6,24, assim como o presidente do sindicato dos motoristas.
Já o representante da Associação de Apoio ao Deficiente Físico de Marília (Aadef) votou para colocar o valor cobrado em R$ 4,25. Votou por uma tarifa de R$ 4,70 o representante das Associações dos Moradores.
De acordo com membros do SAF ouvidos pela reportagem, essa foi uma das votações mais fragmentadas dos últimos tempos.
Também ouvidos pelo Marília Notícia, representantes das empresas afirmaram na ocasião, que a tarifa proposta pela Prefeitura não resolve o problema e que o valor não seria aceito sem mais concessões do poder público.
HISTÓRICO
As duas concessionárias que atuam em Marília – Grande Marília e Sorriso Marília – assinaram contrato em dezembro de 2011, com tarifas iniciais de R$ 2,13. No início da operação, em 2013, o arredondamento para R$ 2,15 foi autorizado pelo então prefeito Vinicius Camarinha (PSB).
Em março do ano seguinte, o ex-prefeito publicou decreto com reajuste para R$ 2,50. Menos de um ano depois, em janeiro de 2015, novo aumento de Vinicius autorizou elevação para R$ 2,85. Em setembro do mesmo ano, a tarifa em Marília atingiu R$ 3. E assim permaneceu até 2019, por quatro anos, quando Daniel Alonso concedeu o único reajuste da sua gestão até agora: R$ 0,80 de uma só vez.
O aumento chegou a gerar ação na Justiça, com revés contra o aumento – por decisão liminar – mas o reajuste acabou prevalecendo posteriormente.