Marília participa do ‘Dia D’ de Mobilização pelo Acesso à Saúde
Em adesão ao “Dia D do Movimento Nacional pelo Acesso à Saúde”, os quatro hospitais filantrópicos e beneficentes de Marília, prestadores de serviços ao SUS (Sistema Único de Saúde) realizaram, na manhã desta segunda-feira (29), um ato público para chamar a atenção para o financiamento insuficiente da saúde pública.
O encontro aconteceu no anfiteatro da APM (Associação Paulista de Medicina) e reuniu autoridades, gestores, funcionários e representantes de entidades e classes.
O prefeito Vinícius Camarinha e o secretário municipal de Saúde, Luiz Takano, além dos vereadores Luiz Eduardo Nardi (PR), Marcos Rezende (PSD) e José Expedito Capacete (PDT), atenderam ao convite dos hospitais e participaram do ato, que marca o início de uma mobilização que contará com atividades em São Paulo e em Brasília.
Foram apresentados números do setor que mostram, por exemplo, que no Estado de São Paulo, 51% das internações são realizadas pelo SUS. Nas internações de Alta Complexidade, esse percentual chega a 59%. Já os transplantes atingem 60% nos hospitais prestadores de serviços ao Sistema.
Helena Rubira Bonello Peres, integrante d diretoria da Maternidade e Gota de Leite, destacou a luta pela qualidade. “A maternidade investe na humanização do atendimento e na qualidade dos serviços prestados. Todas as pacientes são tratadas com o mesmo respeito e carinho. E isso não tem preço”, disse ao mencionar que a instituição dedica 100% do seu atendimento ao SUS.
Rodrigo Paiola, diretor administrativo da ABHU (Associação Beneficente Hospital Universitário), lembrou que o problema não é gestão, mas sim financiamento. “A gestão dos hospitais é bem feita. Mas, a alta dos insumos, dos Recursos Humanos, não acompanha”, afirmou.
Para Vicente Armentano, diretor-presidente do HEM, a criação do SUS foi um grande passo para o Brasil “mas, faltou preocupação com quem vai pagar a conta”.
Representando também a Fehosp (Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo), Milton Tédde enfatizou o movimento nacional. “Não existe mágica. Existe vontade, voluntariado, trabalho que nós fazemos com amor à sociedade”.
Ele informou estatísticas oficiais que comprovam o déficit do setor que tem levado à insolvência as instituições beneficentes de assistência à saúde. Em 2014, dos cerca de R$ 24 bilhões empenhados para prestação dos serviços, o SUS repassou aproximadamente R$ 14 bilhões, gerando déficit de R$ 10 bilhões para as instituições que atrasam pagamento de salários e fornecedores.
Com a plenária aberta aos presentes, manifestaram-se em apoio ao movimento o médico Ivan de Melo (diretor em exercício da Famema), Aristeu Carriel (SinSaúde), Kátia Ferraz Santana (superintendente da Santa Casa), vereador Marcos Rezende e Sônia Custódio (Instituto UNI–Famema).
Com mobilização em âmbito municipal, Marília será representada no “Dia D” estadual, que acontecerá no dia 13 de julho, em São Paulo. Estará presente também no ato nacional, marcado para 04 de agosto, em Brasília.