Covid-19 destrói famílias e Marília já conta com quatro órfãos
Com um total de 483 mortes registradas em decorrência de complicações da Covid-19 – dado divulgado pela Prefeitura nesta última sexta-feira (30) – Marília já conta três crianças e uma adolescente órfãs por causa da doença.
Em entrevista concedida a uma emissora local de TV, o secretário municipal dos Direitos Humanos, Wilson Damasceno, comenta que o acompanhamento destes jovens tem sido feito pela pasta de Assistência e Desenvolvimento Social.
E, para contribuir com a situação, a comissão de acompanhamento da Covid, formada pela Câmara Municipal, discute o acolhimento destes órfãos e busca a implantação de um programa específico para atendê-los.
Das três crianças órfãs, duas perderam a mãe e o pai e uma delas a avó. Já a adolescente morava apenas com a mãe, vítima fatal da doença, e não tem outros familiares. “Elas são acolhidas pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), que é o órgão municipal incumbido de fazer esse tipo de acolhimento”, explica Damasceno.
Ainda conforme o secretário, é inegável que muitas famílias, por conta da Covid, estão passando dificuldade financeira. Desemprego e uma série de situações estão levando a isso. “E essa situação gerada pela morte do arrimo de família, de repente era uma pessoa que cuidava do acamado e faleceu. A notificação de casos semelhantes, pelo que conversei tanto na Saúde quanto na Assistência Social, ainda não chegou. Não quero dizer que não exista. Mas não foi notificada na Secretaria de Assistência, nem Direitos Humanos e também da Saúde”, completa.
Já no acolhimento das crianças e adolescentes, o município tem uma parceria com o Centro de Apoio à Criança e ao Adolescente (Cacam), que atende os que estão em situação de vulnerabilidade. “O Cacam pode fazer este acolhimento neste momento. Não tem problema nenhum. Tem um atendimento também que é feito na antiga Filantrópica”, lembra o secretário.
No país, dados divulgados por dois órgãos divergem sobre o número de crianças e adolescentes órfãos pela Covid. Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Brasil tem, atualmente, 35 mil jovens em abrigos. Já o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) informa que são 47 mil nesta situação.