Marília fica entre as 30 do Estado com mais pessoas em situação de rua
Levantamento divulgado pelo Observatório Nacional dos Direitos Humanos apontou que 355 pessoas se encontravam em situação de rua em Marília, índice que coloca a cidade como a 29ª com mais pessoas nesta condição no Estado de São Paulo no ano de 2023. A maioria é formada por homens, um total de 90,7% deles.
São Paulo tem 54.812 pessoas em situação de rua e lidera o ranking. Em segundo lugar está Campinas, com 2.324 pessoas; seguida por Santos, com 1.395 pessoas. Com população maior que a de Marília (237.629), Bauru (379.146) tem um número menor de pessoas em situação de rua, são 342 delas.
Com apenas 103.970 habitantes, segundo o censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), Ourinhos tem 305 pessoas em situação de rua e ocupa a 32ª posição no Estado de São Paulo.
Marília tinha 317 pessoas nesta situação em 2020, 303 em 2021, 347 em 2022 e 355 em 2023, um aumento de 2,3% no último ano.
De acordo com os dados, são 322 homens e 33 mulheres vivendo nas ruas de Marília, sendo uma pessoa de origem venezuelana e as demais brasileiras. A maior parte das pessoas, 125 delas, possui entre 40 e 49 anos. São ainda 86 pessoas entre 30 e 39 anos, 74 entre 50 e 59 anos, 34 entre 20 e 29 anos, 31 entre 60 e 69 anos, quatro entre 70 e 79 anos e uma entre 10 e 19 anos.
A maioria dessas pessoas nasceu em outras localidades. São 180 pessoas em situação de rua que nasceram em outros municípios, 172 que nasceram em Marília e uma que nasceu em outro país.
Destas 18 nunca frequentaram uma escola, enquanto 337 frequentaram, sendo que 331 sabem ler e 24 são analfabetos.
O Observatório Nacional dos Direitos Humanos indicou que 95 pessoas viviam há seis meses nas ruas no momento da última atualização no Cadastro Único. Marília contava com 78 pessoas em situação de rua entre dois e cinco anos, 65 pessoas entre cinco e 10 anos, 44 há mais de 10 anos, 41 entre seis meses e um ano, 32 entre um e dois anos.
Os dados indicam que 19 pessoas viviam nas ruas com a família e 336 pessoas estavam sozinhas nesta situação.
Os problemas familiares foram o motivo para viver nas ruas para 191 pessoas, sendo que 146 saíram de casa por problemas com álcool e drogas, 114 pelo desemprego, 94 por perda de moradia e as demais por outros motivos.
As informações apuradas pelo Observatório Nacional dos Direitos Humanos indicam que 152 pessoas nunca fazem contato com seus parentes que vivem fora das ruas. Em Marília são 61 pessoas que mantém contato todo mês, 60 que quase nunca conversam com a família, 38 que mantém contato toda a semana, 29 que conversam com parentes todo ano e apenas 15 que estão em contato todos os dias.
A maioria dorme nas ruas. São 253 pessoas nestas condições. Marília ainda conta com 78 pessoas dormindo em albergues, 64 dormindo em outras situações e duas dormindo (pernoitam) em domicílio particular.
QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nesta quarta-feira (17) uma lei que institui a Política Nacional de Trabalho Digno e Cidadania para População em Situação de Rua.
Entre as medidas previstas, está a criação de uma bolsa de qualificação profissional, que custeará despesas com alimentação e transporte às pessoas em situação de rua, que estejam participando de cursos técnicos ou que escolherem aprimorar seu nível de escolaridade.
O objetivo da nova lei é promover os direitos humanos de pessoas em situação de rua ao trabalho, à renda, à qualificação profissional e à elevação da escolaridade.
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