Marília está linda? Não me parece
A propaganda oficial da Prefeitura de Marília insiste em pintar a cidade como um modelo de urbanização: recapeada, linda e iluminada. Mas basta um olhar mais atento, uma caminhada pelas ruas menos favorecidas, para perceber que essa narrativa não corresponde à realidade vivida por grande parte da população.
É fato que algumas das principais vias da cidade receberam recapeamento recente, um esforço que, sem dúvida, foi estratégico em período eleitoral. No entanto, a maquiagem não alcançou as ruas secundárias, onde buracos e falta de manutenção desafiam diariamente motoristas e pedestres. A cidade, apesar dos holofotes de marketing, continua marcada pelo descuido.
A sensação de abandono não está apenas nas ruas. Buracos, fios soltos, sujeira e um paisagismo quase inexistente contribuem para uma paisagem que, de longe, é pouco acolhedora. Marília, hoje, não é uma cidade agradável aos olhos. E essa falta de cuidado vai além da estética: ela reflete na percepção de quem vive aqui.
A beleza – tão negligenciada pelo atual governo – é muito mais do que um detalhe supérfluo. Ela é essencial para a qualidade de vida e saúde mental das pessoas. Uma cidade bem-cuidada inspira orgulho, conforto e pertencimento em seus moradores. É uma demonstração visível de que os administradores têm atenção ao cotidiano das pessoas.
Não queria falar isso, mas o governo que se encerra não deixará saudades. A esperança agora recai sobre o próximo prefeito, Vinicius Camarinha. Mesmo diante de desafios financeiros que já se anunciam, é preciso que o novo gestor vá além das promessas e realmente faça valer o lema que marcou sua campanha: “Cuidar de Marília”.
Cuidar de Marília deve significar mais do que recapeamentos pontuais ou slogans publicitários. Deve ser um compromisso com uma cidade que seja não apenas funcional, mas também bonita, agradável e digna de seus moradores. Porque, afinal, cuidar da aparência de Marília é, em última análise, cuidar de sua alma.