Marília e região terão restrições equivalentes à ‘fase vermelha’
O Governo de São Paulo anunciou o retorno de todo o Estado para restrições equivalentes à ‘fase vermelha’, a mais rígida do Plano São Paulo, nos dias 25, 26 e 27 de dezembro e nos dias 1, 2 e 3 de janeiro. A decisão também vale para a região de Marília.
Com a medida, somente comércios essenciais (como padarias, mercados, postos, farmácias, etc) poderão funcionar nesses dias entre o Natal e o réveillon. Bares e restaurantes, por exemplo, não poderão abrir as portas.
Também foi anunciado que durante o mês de janeiro haverá uma “trava” que impedirá que as regiões passem para a fase verde, que é mais branda nas medidas de isolamento.
A região de Presidente Prudente deve continuar na fase vermelha mesmo após as datas entre 25 e 27 de dezembro e o começo de janeiro. Uma nova reclassificação geral será feita no dia 7 de janeiro.
Além disso, o governo estadual destaca que os prefeitos poderão ser mais restritivos, com base na situação local e seguindo decisões do Supremo Tribunal Federal.
A decisão demonstra a preocupação da área da Saúde com o avanço de registros de Covid-19. Entre março e junho, as restrições estaduais só aumentaram, até que houve o início de uma flexibilização.
Em 21 de agosto o Estado comemorou o fato de não ter nenhuma área no vermelho nos 645 municípios paulistas. A partir de setembro houve nova mudança no quadro.
Nos bastidores, a ala mais política se mostra, desde o mês passado, receosa quanto a ampliar restrições. Já a área da Saúde e o Centro de Contingência defendem retomar vetos, para tentar mudar a curva de óbitos e registros, que é ascendente.
Marília
Com 54 pessoas internadas em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) na cidade, atingindo taxa de ocupação de 77,14% dos leitos reservados para Covid-19, a Secretaria de Saúde de Marília publicou na tarde desta segunda-feira (21) um alerta para o risco de colapso nos hospitais do município.
Além do grande número de leitos ocupados, a preocupação se justifica pela aceleração no número de novos casos da doença. Em apenas 15 dias, a cidade saltou de 6.061 casos (ao longo de nove meses de pandemia) para 7.010, crescimento de 15%.
Em apenas um mês, foram 1.716 novas infecções (aumento de 32%), elevando, principalmente, o número de pessoas com o vírus ativo. Há 30 dias eram 143 casos em transmissão; agora 184 moradores com confirmação da doença e com risco de contaminar outras pessoas.
Nas últimas semanas a média móvel de novos casos tem registrado alguns de seus maiores patamares. O mesmo vem ocorrendo em todo o Estado de São Paulo.
“Estamos caminhando rapidamente para uma situação de ocupação total de nossa capacidade, caso a população não interrompa o comportamento atual”, afirmou o secretário municipal da Saúde, Cássio Luiz Pinto.
Funcionários de Unidades Básicas de Saúde (UBSs) referenciadas para pacientes com suspeita de Covid-19 em Marília estão percebendo na prática, durante os últimos dias, um aumento preocupante na procura por consultas e realização de testes por este público.
A reportagem ouviu relatos desse tipo nesta segunda-feira (21) na UBS São Miguel, localizada no bairro Somenzari, zona Norte.
No local, a fila para atendimento médico saia de dentro do prédio da unidade de saúde. Com o aumento da demanda, pacientes aguardando atendimento precisavam se proteger do sol debaixo das árvores.
O isolamento social na cidade já está em patamares próximos ao de antes da pandemia, variando entre 34% e 41% – aos finais de semana – das pessoas em casa. Em abril o índice chegou a 55% e veio caindo gradualmente.