Marília corre o risco de surto de dengue e Saúde liga o alerta
A Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) mudou a classificação de Marília, que estava em alerta para o risco de casos de dengue e agora está com risco de surto da doença em 2023. A classificação vem após o término do novo Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (Liraa), realizado em janeiro, com aumento de 176% em relação ao do mês de outubro do ano passado. Ontem (11) houve ação contra a dengue em três pontos da cidade.
O Índice de Breteau, usado para medição, ficou em 6,9, enquanto em outubro havia apontado 2,5 – aumento de 176%. Ele diz respeito ao número de larvas do Aedes encontradas em relação aos imóveis vistoriados. O novo índice aponta um risco real para surto de dengue neste ano. Algumas áreas do município apontam índice de 9,13, considerado altíssimo.
O Ministério da Saúde, com base na Organização Mundial da Saúde (OMS), considera que índices inferiores a 1% indicam “condições satisfatórias”. De 1% a 3,9% é considerada “situação de alerta”. Quando acima de 3,9%, a infestação representa “risco de surto de dengue”. Com índice de 6,9, Marília se encontra na situação mais alarmante.
A cidade conta com cerca de 120 mil imóveis, o que torna muito difícil a vistoria em 100% deles. É que o ciclo de vida do mosquito formado, voando e picando, leva sete dias, não sendo possível visitar todos os 120 mil imóveis uma vez por semana.
Além do Breteau, o Liraa também aponta o Índice Predial (número de imóveis com larvas por número de imóveis vistoriados), que atingiu 5,5.
PERIGO
Em todo o ano passado, segundo o Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) do Estado de São Paulo, Marília confirmou 1.037 casos autóctones (contraídos no próprio município) de dengue e 18 importados, total de 1.055 infectados com a doença.
Neste ano, segundo dados da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde, já são 32 casos confirmados de dengue. Foram sete na primeira semana, nove na segunda, oito na terceira, cinco na quarta e três na quinta semana de 2023.
Os dados de 2023 foram atualizados até o dia 6 de fevereiro. As confirmações foram feitas na USF Jardim Cavalari, Santa Casa de Marília, UBS Nova Marília, UBS Planalto, USF Figuerinha, USF Santa Antonieta III, Hospital Beneficente da Unimar, Pronto Atendimento Unimed, USF Padre Nobrega II, UBS Chico Mendes, USF Vila Barros, USF Bandeirantes, USF São Miguel e USF Jardim America IV.
O mosquito Aedes aegypti é um inseto doméstico que se reproduz em água parada. As fêmeas depositam os ovos em locais com água acumulada. Estima-se que uma só fêmea possa espalhar ovos num raio de quase 1 km. Em cerca de 10 dias, o ovo se torna mosquito adulto e começa a picar, para garantir sua sobrevivência, já que se alimenta do sangue humano. O ciclo de vida do mosquito é de cerca de 30 dias.
SINTOMAS
Os sintomas da dengue são febre alta com início súbito, forte dor de cabeça, perda de paladar e apetite, náuseas e vômitos, tonturas, extremo cansaço, manchas e erupções avermelhadas na pele semelhantes ao sarampo, moleza e dores musculares intensas, nas articulações e atrás dos olhos.
AÇÃO CONTRA A DENGUE
O trabalho contra a dengue foi intensificado neste sábado (11). Aproximadamente 80 servidores municipais – entre agentes comunitários de saúde, supervisores, motoristas e equipe de apoio – estarão em três regiões da cidade simultaneamente. As frentes serão desenvolvidas nos bairros Figueirinha e Primeiro de Maio (zona Norte), Jardim Planalto e o bairro Três Lagos, ambos na zona Sul.
As três forças-tarefas irão desenvolver o tratamento químico focal com uso de larvicida. Serão intensificados os trabalhos de erradicação de criadouros do mosquito, bem como a abordagem à população visando identificar possíveis sintomáticos tanto de dengue, quanto de chikungunya. O trabalho será realizado no período das 7h30 às 13h30 deste sábado, dia 11 de fevereiro de 2023.