Marília bate recorde nos casos de leishmaniose
Marília já contabiliza 12 casos de leishmaniose visceral em humanos em 2017, de acordo com notificação à Vigilância Epidemiológica do município em agosto. Trata-se de um recorde no número de ocorrências em um único ano. No mês passado foram três novas confirmações.
A última ocorrência foi novamente no bairro Jânio Quadros, principal foco de leishmaniose no município, tanto entre humanos, quanto em cães. Uma das duas outras pessoas com confirmação para a doença em agosto, uma criança, também se contaminou naquela área.
A princípio a informação divulgada era de que a criança havia sido picada pelo mosquito palha, que transmite a doença entre cães e humanos, no Alto Cafezal. No entanto, foi verificado que a criança passava muito tempo no Jânio Quadros.
Em relação a última ocorrência, divulgada agora com exclusividade pelo Marília Notícia, não foram dados detalhes sobre o paciente, como sexo ou idade.
Funcionários da Saúde alegam que diferente da dengue e outras zoonoses provocadas pelo mosquito Aedes Aegypti, os sintomas da Leishmaniose visceral podem levar meses para serem observados.
Isso quer dizer que os últimos doentes podem ter sido picados pelo mosquito antes do início das ações mais incisivas que vêm sendo tomadas pelo município para combater a leishmaniose.
Estão sendo realizadas ações de orientação pelos agentes comunitários de saúde e agentes de controle de endemias, em relação ao vetor da doença. Foi aberto inquérito canino e realizados centenas de exames de sangue. Também foram feitas dezenas de eutanásias em animais doentes.
Para combater o mosquito-palha, é preciso limpar os quintais. O inseto se reproduz facilmente entre folhas secas, galhos de árvores, madeira, fezes de animais, frutas podres e material orgânico. A população está sendo orientada a realizar a limpeza e redobrar a atenção com a higiene dos cães.
A cidade apresenta casos da doença em humanos desde 2011, quando foi confirmada uma notificação de leishmaniose visceral na zona norte. Em 2014 foram outras duas ocorrências e em 2015 mais uma. Em 2016 o número disparou: foram dez casos.
No primeiro semestre foram confirmados nove notificações positivas da doença, todas na mesma região, sendo cinco no Jânio Quadros e Alcides Matiuzzi.
Com o ritmo de confirmações do primeiro semestre de 2017, a expectativa, mesmo entre funcionários da Secretaria de Saúde, era de que seriam mais de 20 casos neste ano.
Apesar das últimas confirmações, parte dos membros da pasta que atuam no combate da doença acreditam que houve uma freada no ritmo da expansão da doença entre humanos.