Marília avança em inclusão e dobra número de alunos com deficiência

Enquanto o Brasil contabiliza 4,2 milhões de estudantes com dois anos ou mais de atraso escolar — o equivalente a 12,5% das matrículas da educação básica —, Marília apresenta índices abaixo da média nacional. Os dados são do Censo Escolar 2024, compilados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), e revelam o desempenho da rede de ensino no município.
Em 2024, a cidade somou 50.865 alunos matriculados na Educação Básica. Desse total, 48.410 estão no ensino regular, 1.991 na Educação Profissional e 1.074 na Educação de Jovens e Adultos (EJA).
A Educação Infantil reúne 12.398 crianças (6.361 em creches e 6.037 na pré-escola). No Ensino Fundamental, são 26.980 matrículas (14.887 nos anos iniciais e 12.093 nos finais). Já o Ensino Médio tem 9.032 estudantes.

Quanto à rede de ensino, 37% das matrículas estão na rede municipal (18.843 alunos), 35% na particular (17.809) e 27,9% na estadual (14.213). A maioria dos estudantes (49.991) estuda na zona urbana; apenas 874 vivem na área rural.
O equilíbrio de gênero é quase total: 25.786 alunos são meninos (50,7%) e 25.079 meninas (49,3%). A faixa etária mais numerosa é a de seis a 10 anos, com 15.268 alunos, seguida pela de 11 a 14 anos (13.573). Entre adolescentes de 15 a 17 anos, são 10.543 matrículas.
A educação especial conta com 1.665 estudantes — mais que o dobro de 2014, quando eram 786. A inclusão também avançou: hoje, 86,4% dos alunos com deficiência frequentam classes comuns, contra 67,5% dez anos atrás.
Aprovação quase total
A taxa de aprovação em Marília é considerada alta. Nos anos iniciais do ensino fundamental, o índice chega a 99,3% em 2024, estável na última década. Em algumas séries, como o 1º e o 2º ano, o indicador alcança 99,9%. Na prática, a reprovação é residual, e quase todos os alunos avançam de ano.

Distorção em queda
Apesar da baixa reprovação, a cidade ainda enfrenta a distorção idade-série, quando o estudante tem idade superior à recomendada para o ano em que está matriculado.
Nos anos iniciais do fundamental, a taxa foi de 1,5% em 2024, bem abaixo da média nacional de 12,5%. O índice já chegou a 2,6% em 2016, mas caiu de forma consistente na última década.
A defasagem aumenta ao longo da trajetória escolar: no 1º ano, apenas 0,4% dos estudantes estão atrasados; no 5º ano, o índice sobe para 2,8%. Os dados indicam que parte dos alunos acumula dificuldades ao longo dos anos, mesmo sem reprovação formal.