Marília aumenta consumo e falta água na zona Norte
A situação de calamidade pública instalada na cidade já começa a potencializar um antigo problema local: a falta d’água nas torneiras. Relatos recebidos pelo Marília Notícia apontam fornecimento irregular com moradores da zona Norte sem água durante várias horas todos os dias.
Para quem não tem caixa d’água instalada as dificuldades são ainda piores. O autônomo Mauro Raimundo Teixeira, que trabalha com carga e descarga de caminhões, mora no Parque das Nações e relatou que o desabastecimento é diário, nos finais de tarde e início de noite.
“É complicado, porque você quer tomar um banho e não tem como. Se não pegar água de balde mais cedo, deu quatro da tarde, já era. Agora está mais difícil ainda. A orientação não é para manter a mão limpa?”, questionou o trabalhador.
Problema antigo
O autônomo do Parque das Nações relatou que o problema não é de agora. “Já faz umas três semanas que está faltando água todo o dia. Quem não tem caixa sabe. Esse problema deu uma melhorada e complicou de novo esse ano. Nossa preocupação é piorar daqui pra frente”, disse.
Na zona Norte, segundo Marcelo de Macedo, presidente do Departamento de Água e Esgoto de Marília (Daem), o problema já vinha antes da mudança do comportamento do consumidor.
“Lá o limitador seria a capacidade do sistema de reserva. O pessoal fala que nós desligamos, mas não é bem isso. A verdade é que não dá tempo para encher o reservatório, um processo que leva cerca de quatro horas”, afirmou o presidente.
Calamidade
Macedo disse que também há previsão de faltar água nas outras regiões da cidade, principalmente Oeste e Sul. Porém, atribuiu a dificuldade de fornecimento ao estado de calamidade pública, com a enorme fatia dos trabalhadores dentro de casa.
“Por hora, colocamos na rede 3,8 milhões de litros. Se houver um consumo consciente, é mais difícil faltar”, garantiu.
Ele comentou também que ainda não é possível calcular o aumento percentual do consumo após o decreto pelo risco de transmissão da Covid-19, mas afirmou já ter observado esse crescimento em todos os horários do dia.
“Pedimos encarecidamente que as pessoas parem de lavar carros, lavar motos, calçadas e usem água com prudência, com responsabilidade. Se usarmos com responsabilidade, podemos ter um problema pontual, mas não vamos ter um colapso”, solicitou Macedo.