Marília acolhe grupo retido para trabalho degradante
Com apoio das secretarias dos Direitos Humanos e da Assistência e Desenvolvimento Social de Marília, 12 venezuelanos foram abrigados na cidade, depois de terem sido resgatados de condições de trabalho degradantes em Cafelândia (distante 74 quilômetros de Marília).
“Um deles veio primeiro, acionou o Ministério Público, e depois vieram os demais. Eles foram abrigados nas unidades de acolhimento da Secretaria de Assistência Social. O Comitê Regional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Trabalho Escravo, que foi reativado no ano passado em Marília, foi acionado”, explica o secretário municipal dos Direitos Humanos, Wilson Damasceno.
Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), foi constatado meio de trabalho degradado, falta de remuneração, retenção de documentos, e indícios da prática de tráfico de pessoas.
De acordo com a denúncia feita ao órgão, o grupo de venezuelanos morava em Júlio Mesquita (distante 36 quilômetros de Marília) desde maio. Quando os imigrantes chegaram, o empregador já teria confiscado os cartões-alimentação que eles tinham recebido em Roraima, na chegada ao Brasil. Os cartões têm valor em torno de R$ 700, e ajudam os venezuelanos a comprar comida quando entram no país.
De Júlio Mesquita, o grupo seguia todos os dias para o trabalho na zona rural de Cafelândia, com a colheita de laranja, num trajeto que durava cerca de duas horas. Os trabalhadores não possuíam registro.
O caso é investigado pela Polícia Federal.