Márcio França assume Governo do Estado de São Paulo
Márcio França (PSB), de 55 anos, assumiu ontem (6) o governo de São Paulo já de olho na reeleição.
Com o apoio de uma coligação formada por 12 partidos, França tem pressa para colocar em prática ações que o projetem como opção ao eleitorado e lhe assegurem o ‘posto’ de candidato de Geraldo Alckmin. Abaixo, os principais trechos da entrevista:
É possível deixar uma marca?
Sei da limitação, mas acho que dá para fazer bastante coisa, especialmente porque sou herdeiro do orçamento Alckmin, que é superavitário. Não acho que o Estado tenha de guardar dinheiro. Tem que pagar suas contas, é claro, mas sobrar dinheiro em caixa, pra quê? Gostaria de deixar uma marca na questão dos jovens.
O senhor já tem o apoio de 12 partidos. Quantos vão receber secretarias e até que ponto isso não vira loteamento?
Exatamente no padrão Covas, Alckmin. Hoje há seis partidos com secretarias no governo, mas tem escândalo?
O que conta?
A governabilidade. Agora não negociei secretaria com nenhum partido. Fechamos a coligação pela confiança na palavra. Todo mundo que é do ramo da política fala que o Márcio pode não estar forte hoje, mas vai ficar.
Há comentários de que o senhor, antes de assumir, já prometeu verba para asfalto no interior.
Como? Não tenho como firmar convênio antes. Mas eu fui prefeito e sei que a manutenção urbana está prejudicada. Os parlamentares têm emendas, tanto os estaduais como os municipais. Muitas não foram ainda colocadas. Eu vou pedir a eles que deem prioridade à manutenção urbana.
Uma eventual aliança com PCdoB e PDT daria a sua chapa uma característica esquerda?
Perto da posição de ultra direita do (Jair) Bolsonaro vou estar sempre à esquerda. Perto do dele, o Alckmin é esquerda.
Bolsonaro ameaça Alckmin?
Bolsonaro é um fenômeno, que tende a ser atraente. Mas no litoral, por exemplo, as pesquisas indicam dez a dez entre Bolsonaro e Alckmin
Mas isso não é ruim?
O eleitor à direita tende a se aproximar de quem é mais incisivo e esse não é o Alckmin. É o Bolsonaro, o Doria.
O eleitor do Bolsonaro é o eleitor do João Doria?
Não tenho a menor dúvida, pela aproximação da defesa da tese, a de que a bandeira do Brasil não é vermelha.
Vê alguma chance do Doria ser candidato à Presidência?
Quando alguém dá a palavra e não cumpre, nunca mais ninguém acredita.
Vai apoiar Joaquim Barbosa for candidato pelo seu partido?
Não senti ele convicto a ser candidato.
Mas o senhor se opõe?
Não é que eu me oponha, mas apoio o Alckmin. Existe o candidato do partido e do coração. Meu candidato do coração é o Geraldo Alckmin.
O candidato do coração do Alckmin é o senhor?
Não tenho a menor dúvida.
Por que o PSB não faz uma aliança formal com Alckmin?
Temos posições antagônicas.