Lotes doados empacam e situação gera incômodo
A doação de terrenos para empresas em Marília tem sido criticada por conta de lotes industriais doados para empreendimentos que, apesar de anunciados pela gestão municipal passada, se quer foram iniciados.
O prazo para que as empresas estejam em funcionamento nos terrenos é de dois anos a partir da doação. Em sessão da Câmara nas últimas semanas foi apresentado pedido para prorrogação em uma dessas doações.
Duas empresas que receberam áreas nos últimos anos, especificamente, chamam a atenção e ilustram bem o caso: a RCG, para fabricação de lâmpadas de LED, e a Harald Chocolates. Os terrenos continuam vazios.
De acordo com o secretário do Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico, Cássio Pinto, que também ocupou o cargo na última gestão municipal, é preciso ter paciência, já que a crise econômica afetou os planos de investimentos em todo o país.
“Há um mês conversamos com a RCG e eles garantiram que continuam com planos para Marília. A Harald só pegou a escritura no ano passado, ainda está no prazo, e nos informaram que esperam a situação do Brasil se acalmar. Nós temos que agradecer que ainda existe interesse de investimento na cidade”, afirma.
O chefe da pasta de Desenvolvimento afirma que é feito acompanhamento constante da situação dos lotes doados. Ele diz que existem sim casos de retomada dos lotes doados e repasse para outros interessados.
Apesar dos trâmites passarem por sua secretaria, Cássio lembra que as doações são aprovadas pela Câmara. O procedimento, diz ele, é criterioso e exige uma série de documentos, após análise de questões como a capacidade de geração de emprego e arrecadação tributária.
“Somos procurados todas as semanas por empresários interessados em um terreno, mas é preciso avaliar se o terreno é o adequado para as necessidades, por exemplo”, diz Pinto.
O secretário afirma ainda que o modelo de doação de terrenos para o futuro deve ser revisto e outras opções de fomento ao investimento e desenvolvimento são estudadas, já que a aquisição de áreas para distritos industriais e o investimento necessário podem passar das dezenas de milhões. “Em breve teremos novidades”.