“Liderança começa com o exemplo”, avalia Si Souza, do Conselho da Mulher Empreendedora
Com o empreendedorismo em seu DNA, Simone Souza, também conhecida como Si Souza, desempenha atualmente o papel de gestora do Conselho da Mulher Empreendedora e da Cultura (CMEC), trazendo consigo uma vasta experiência profissional e contribuindo significativamente para a comunidade de Marília, cidade que escolheu viver.
Ela começou a trabalhar como babá com apenas oito anos, pois queria comprar um par de chinelos, e aprendeu rapidamente o valor do trabalho. Souza já sabia que poderia conquistar qualquer coisa com o resultado do seu esforço.
Após vários anos trabalhando em grandes empresas, sempre em posições de liderança, decidiu empreender e hoje realiza um importante trabalho voltado para líderes, gestores, empresários e empreendedores, ajudando a organizar seus negócios.
No comando do Conselho da Mulher Empreendedora e da Cultura (CMEC) de Marília, que começou pequeno e hoje conta com a participação de aproximadamente 90 integrantes, acredita no potencial das mulheres e tem se dedicado para ajudar outras empreendedoras a se destacarem.
Nascida em Pacaembu, mas vivendo há 30 anos em Marília, Si Souza contou um pouco de sua história para o Marília Notícia.
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MN – Você se mudou ainda na infância para Marília?
Si Souza – Eu vim para Marília e adotei essa cidade no meu coração. Sou natural da cidade de Pacaembu, no estado de São Paulo. Cheguei aqui quando tinha 12 anos, portanto faz 30 anos que eu estou aqui. É a minha cidade do coração.
MN – Qual é a sua formação?
Si Souza – Eu sou formada em processos gerenciais pela Univem.
MN – Como você começou a empreender?
Si Souza – Eu comecei a minha caminhada como babá. Eu era muito pequenininha. Foi ali que eu comecei a empreender. Eu tinha oito anos e essa criança tinha três meses. A mãe me deixava cuidar dela. Comecei a empreender porque eu queria muito comprar um chinelo. Meus pais não podiam me dar, pois não tinham essa condição.
MN – Qual chinelo você queria comprar?
Si Souza – Não sei se é da sua época, mas é da minha. Eu tenho 42 anos. Naquela época, o chinelo Rider da Xuxa, todo cor de rosa, era o que tinha no momento, mas meus pais só podiam comprar um par de chinelos Havaianas. Então eu fui trabalhar para ter aquele chinelo.
MN – Isso foi ainda em Pacaembu?
Si Souza – Isso. Eu estudava na escola que se chamava Joel Aguiar. É uma escola muito boa, mas tinham poucas crianças negras e eu não entendia ainda algumas questões. Não entendia a diferença e achava que, se eu comprasse um chinelo, me tornaria parecida com aquelas meninas, mas é óbvio que não, né? Mas eu comprei o chinelo. Trabalhei e com o meu primeiro salário, comprei o chinelo. Depois comprei uma carteira de canetinhas daquela época, mas também não mudou nada na minha vida. Foi dali em diante que descobri o poder do trabalho. O poder do empreendedorismo, de liderar-se a si mesmo. Apenas mais tarde que eu fui liderar outras pessoas, mas já comecei a liderar a mim mesma com oito anos.
MN – Quando você liderou a sua primeira equipe?
Si Souza – A minha primeira equipe, que era sob a minha supervisão, eu tinha 19 anos. Essa equipe era de 17 rapazes, entre meninos, mais jovens, homens de meia idade, além de dois senhores, nos supermercados Comper, no ano de 1999. Foi a minha primeira equipe e ali não tinha YouTube para a gente pesquisar como é que lidera pessoas. Como é que faz isso? Eu tive que aprender muita coisa sozinha, entendendo que era a partir deles que eu ia construir o meu resultado como líder. Sempre fui uma líder muito participativa, gostava de fazer junto, gostava de estar perto e descobri que essa liderança dava resultados. Foi assim que eu fui desenvolvendo os meus próprios processos de liderança, porque naquela época, as empresas não nos davam tantas condições e treinamentos. Era uma coisa um pouco mais escassa.
MN – Foi uma experiência de aprendizado grande para você?
Si Souza – Foi uma empresa muito boa, onde eu aprendi muitíssimo sobre gestão, liderança e processos. Era um lugar excelente. Morro de saudades de todo mundo lá. Aprendi muito e fiquei lá por quase oito anos. Depois fui trabalhar na TIM do Brasil, uma excelente empresa também, uma multinacional, com processos muito organizados que me ensinaram também sobre gestão de materiais, gestão de estoque, gestão por RP, por sistemas.
MN – Para chegar neste momento da sua vida você aprendeu um pouco em cada lugar que passou?
Si Souza – Fui aprendendo sempre e continuo aprendendo todos os dias. Minha última experiência como CLT foram os últimos seis para sete anos que eu trabalhei na Toyota, como gestora comercial. Fui gestora da área comercial, de produtos e financeiro também. Foi uma escola, uma graduação, pós-graduação. Para se manter como executiva de uma empresa com tantos processos e com processos tão organizados quanto a Toyota, você precisa estudar muito, se dedicar muito e entender bastante de perfil de cliente. A cultura japonesa é de muita disciplina, de execução, sem procrastinação e muita organização. Foram anos maravilhosos que eu vivi lá, conquistei muitos prêmios e viajei alguns países do mundo por conta disso. Foi muito bom.
MN – O sucesso alcançado ali te fez acreditar que era possível empreender?
Si Souza – Eu entendi que já era o momento de ter a minha própria empresa. Quando me desliguei da Toyota, comecei a minha própria empresa de consultoria, assessoria, treinamentos, mentorias, todas na área de gestão, processos, processos comerciais, gestão de pessoas, com foco em resultados.
MN – E foi a melhor escolha que você fez?
Si Souza – Sem dúvida alguma. Hoje o meu trabalho é voltado para líderes, gestores, empresários, empreendedores aqui da nossa cidade. Meu trabalho é ajudá-los a organizarem os seus negócios. Eles aprendem a lidar melhor com a sua equipe. Faço um trabalho que é direcionado para empresas, mas também para empresários individuais, que estão iniciando um novo negócio, para que organizem esse início e tenham resultado, mas de uma forma leve e tranquila. Tem muita gente sofrendo com o negócio, mas não precisa sofrer tanto assim. É muito mais uma questão de organização do que propriamente o trabalho em si.
MN – O início é a parte mais complicada?
Si Souza – É, mas muito porque as pessoas não buscam o que precisam antes de iniciar. Então, inicia um negócio, por exemplo, por fazer um bolo muito gostoso. Essa pessoa decide vender esse bolo gostoso para as pessoas, mas só depois vai descobrir que precisará de algo além do fazer o bolo gostoso. Ela vai precisar vender esse produto e organizar esse estoque. Precisará ser a compradora e a investidora. Muitas vezes ela não está preparada. Ela só sabia fazer um bolo gostoso. E daqui a pouco, na empresa, o que ela menos está fazendo é o bolo. Ela está fazendo todas as outras funções e as pessoas começam a achar que o negócio não vale a pena, que não dá certo, que é difícil.
MN – Esse é um momento crucial para o prosseguimento da empresa?
Si Souza – O Sebrae tem uma pesquisa muito recente sobre isso. As empresas fecham por falta de habilidade de gestão. Não é que é tão difícil assim, mas no início, essa pessoa vai descobrir uma série de coisas que talvez ela não tenha se preparado ainda. E aí é que está o maior desafio delas. Falta preparo.
MN – Como você classifica esse momento da sua vida?
Si Souza – Eu vivo hoje os melhores anos da minha vida, empreendendo e auxiliando outros gestores a conquistarem os seus resultados, assim como eu fiz.
MN – Qual o público que te procura?
Si Souza – Gente que está começando. Pessoas que já possuem uma empresa e querem melhorar os processos. Tenho pessoas de todos os públicos. Hoje eu atuo com três serviços diferentes, que levam todos para o mesmo lugar, mas com atuações diferentes, dependendo da necessidade dessas pessoas. Tenho clientes que me procuram para organizar os seus processos, de atendimento, processos internos, para entender se a equipe está ocupando a função devida, ou se precisa de ajustes, de treinamentos individuais. Algumas empresas já estão no mercado há algum tempo, mas percebem que é o momento de se adequar aos novos tempos para ficarem mais modernas, com mais organização e com indicadores que possibilitem uma tomada de decisão mais segura.
MN – Quais os principais problemas verificados?
Si Souza – Nós fazemos o processo de consultoria e assessoria, ajudando a implantar processos, redesenhando alguns que já existem ou criando novos. Tem que fazer uma imersão na empresa e no mercado. É impossível entender de todos os mercados, mas nesse momento, quando eu sou solicitada para ir ao mercado que eu ainda não atuei, faço um estudo profundo, até para que eu possa ajudar o meu cliente e sugerir as ideias, com estratégias de forma mais assertiva.
MN – Com isso você acaba aprendendo um pouco de cada área diferente?
Si Souza – Sem dúvida. Já atuei nos mercados de arquitetura e engenharia, construção, supermercados, lojas de varejo, lojas de embalagem, indústrias, lojas do ramo gastronômico. Tenho um leque de atuação bastante interessante.
MN – Qual é o principal problema que você encontra quando você chega numa empresa?
Si Souza – Normalmente eu já peço desculpas, pois eu sempre digo para os gestores: a culpa não é sua, mas a responsabilidade é. Eu também sempre digo que o problema e a solução estão em um lugar, que normalmente é a gestão. As pessoas que estão à frente desse negócio precisam ajustar a sua forma de gerir as pessoas e de liderar. Muitas vezes as prioridades estão no lugar errado e misturam a pessoa física com a pessoa jurídica. Tem uma série de ajustes que precisam ser feitos e é sempre a partir do líder. Porque as pessoas aprendem pelo exemplo. Não é pelo que se fala, mas é pelo que ele faz.
MN – Para direcionamento desses líderes você criou a Formação de Líderes e Gestores (FLG)?
Si Souza – Fizemos esse estudo dos processos. Os principais processos da empresa, em grupo. Então as pessoas vem, os líderes vem até aqui no escritório e a gente se junta para falar dos processos das empresas. Tenho um foco grande durante as aulas na liderança. Como extrair o melhor daquelas pessoas que estão com você. Como fazer liderança para essa geração que nós temos agora, que é diferente. Não é a mesma geração que tínhamos alguns anos atrás.
MN – O que mudou?
Si Souza – A comunicação mudou. O engajamento mudou. O comprometimento mudou. Os propósitos mudaram. As pessoas querem ser muito mais felizes hoje, então elas procuram empresas onde elas possam, claro, ter o seu ganho, seu retorno financeiro, mas onde elas possam estar bem também. A partir do momento que ela não se sente, infelizmente, essa pessoa vai para o mercado. Não dá para dizer que o mercado não está aquecido, porque ele está. Temos muitas vagas em aberto, faltando profissionais. Então se for um bom profissional e a empresa não cuidar bem dele, vai perder, sem dúvida alguma. E é muito difícil você contratar e preparar essa pessoa para estar no nível daqueles que já estavam na empresa.
MN – Qual o tempo médio de preparação?
Si Souza – Em média, um consultor de vendas, por exemplo, leva de seis a oito meses para chegar no nível de maturidade. Nesse tempo, a empresa obviamente precisa pagar esse funcionário e ele vai levar um bom tempo para entrar no mesmo nível daqueles que já estão há mais de oito meses ou um ano na empresa. Então, vale muito mais a pena treinar, preparar essa pessoa. A demissão é claro que tem que existir. Faz parte, mas tem que ser o último recurso. Antes disso, o líder precisa garantir que ele fez tudo que ele podia para que aquela pessoa pudesse estar preparada para desempenhar aquela função. Na maioria das vezes, infelizmente, as empresas não preparam essas pessoas e exigem que elas próprias busquem esse desenvolvimento.
MN – É um problema local ou em todo o país?
Si Souza – Infelizmente não é uma cultura do nosso país. A preparação, o estudo e a leitura. Não é cultural nas faculdades que nós temos aqui. Infelizmente não se aprende sobre empreendedorismo. Um médico não sai da faculdade sabendo administrar o seu consultório, muito menos um advogado, engenheiro, um arquiteto ou um dentista. Empreender não é só ser sozinho, ter um CNPJ. Enquanto fui CLT eu empreendi em todas as empresas por onde passei e por isso eu tive oportunidade de crescer em todas elas. Graças ao meu esforço, à minha dedicação e ao entendimento de saber o que aquela empresa poderia proporcionar para mim e para minha família. Continuo tendo esse olhar hoje, mas tentando ajudar os líderes e os gestores a verem da mesma forma que eu vejo.
MN – Você trabalha com empresas familiares. Elas demandam um desafio maior?
Si Souza – Não é fácil, pois no meio dessas situações do trabalho, do próprio desafio de empreender, de liderar, de gerir, tem os conflitos familiares internos. Uma empresa que não é familiar, tem muitos pontos que você não nem tem que se preocupar. Se é uma uma gestão feita por um casal, por exemplo, se eles estão com algum problema no relacionamento, é perceptível que existe alguma coisa ali. Então a gente precisa entender e já aconteceu muitas vezes, de sentarmos na mesa para fazer uma reunião de trabalho e antes eu ter que ajudá-los com os conflitos e os desafios de família, e só depois ir para os negócios. Isso também faz parte do que eu escolhi fazer. Eu me importo verdadeiramente com a empresa e com o negócio.
MN – Como tem sido sua experiência com o CMEC?
Si Souza – Eu sempre gostei de participar, de ajudar, de servir de alguma maneira. Eu sempre estive engajada com projetos sociais desde muito jovem, desde muito nova. Há algum tempo eu fui convidada para uma reunião, para visitar e conhecer o CMEC. Lá eu encontrei um grupo de mulheres que buscavam entender como é que elas faziam para melhorar os seus próprios negócios e como elas podiam compartilhar essas ideias e melhorar os negócios umas das outras. Achei fantástico e quis fazer parte desse grupo de mulheres que empreendem. Hoje somos em mais de 90 mulheres e a gente se encontra presencialmente uma vez no mês.
MN – Como são essas reuniões?
Si Souza – A gente sempre propõe soluções para os negócios, de todas as formas. Uma ajudando a outra. A gente sempre leva profissionais que possam compartilhar conhecimento técnico e também comportamental. Estamos sempre propondo eventos, onde a gente possa compartilhar, se unir e conhecer melhor umas as outras e os seus negócios. A gente fomenta o negócio dentro do grupo. Além de tudo é um lugar onde a autoestima da mulher é preservada. Não é um clube da Luluzinha. Lá falamos de negócios.
MN – Você acha que Marília é uma cidade boa para as mulheres empreenderem?
Si Souza – Eu acho. Eu gosto muito dessa cidade. Aqui eu construí a minha vida, com a minha família. Marília é uma cidade excelente, é uma cidade próspera, uma cidade de muitas oportunidades. Eu acredito que depende muito do olhar de quem vê. Eu vejo muitas oportunidades nessa cidade. Construí tudo que eu tenho aqui. Ainda tenho muita coisa para construir, mas sou muito feliz empreendendo aqui.
MN – O que você acha que ainda falta para a cidade?
Si Souza – Eu faço parte do Conselho de Desenvolvimento Estratégico de Marília (Codem) e eu acho que falta mais participação da população, daqueles que entendem que podem contribuir. Fazemos um trabalho todo voluntário no CMEC, assim como no Codem também, mas eu sou muito feliz por participar. Eu entendo que, de alguma forma, posso contribuir para melhorar o que eu quero ter na minha cidade.
MN – Você também faz parte do Instituto Áurea?
Si Souza – É um instituto de promoção à pessoa negra. Não exclusivamente, porque nós não queremos segregar ou dividir de nenhuma forma, mas como uma mulher negra que eu sou, sei que ainda existem poucos espaços. Eu venho buscando fazer isso ao longo da minha vida. Não é fácil, nem simples. As portas muitas vezes não estavam abertas, mas é só bater. Eu costumo bater nessa porta com os meus resultados.
MN – Você acha que está melhorando?
Si Souza – Eu acho que sim. Acho que já melhorou bastante, mas ainda falta bastante. Eu estive em um evento agora recente, o Connect Acim. Foi um evento lindíssimo, com palestrantes sensacionais, mas eu olhava ao redor e via pouquíssimas pessoas negras. Em um lugar onde se fomentava empreendedorismo, faltava muita gente lá. Se eu disser que eu tive portas abertas, em muitos lugares, não tive. Mas eu as abri. Construí o caminho que eu gostaria de transcorrer. Hoje eu trabalho com muitas empresas aqui na cidade, com empresários e gestores que não são pessoas negras, que são pessoas brancas e está tudo bem. Eu sou respeitada pelo trabalho que eu executo. Sou muito feliz por isso, mas eu sei que foi um caminho que eu construí também. Se eu acredito que somos iguais, então também preciso me comportar como uma igual. Eu sempre fiz o meu trabalho pautada naquilo que eu acredito.
MN – Qual o objetivo do Instituto Áurea?
Si Souza – A gente busca trazer uma educação para esse público que ainda não tem acesso, para preparar essas pessoas para o mercado. Se a gente for pensar, não faz tantos anos que a escravidão foi abolida no nosso país. Ainda tem um caminho muito grande pela frente, de consciência, de educação, mas a gente precisa começar a fazer isso, porque senão as pessoas não vão aprender. A gente ainda tem alguns episódios tristes que a gente vê na TV, mas eles não acontecem só na TV.
MN – Você já passou por alguma situação?
Si Souza – Por muitas situações. Infelizmente. De virem me perguntar se eu trabalho em determinada loja ou de ser seguida em lojas de de departamento, em supermercados. Houve um episódio em que eu tinha uma franquia de treinamentos e nós fomos fazer um treinamento em uma cidade próxima daqui. Fui dar uma palestra e até então eu pedi pra que o marketing tirasse a minha foto dos folders, porque a gente tinha uma baixa procura com a minha foto. Eles não acreditaram, mas quando tiraram a minha foto e colocaram a minha formação, os assuntos que eu abordaria, a procura aumentou. Hoje, no Instituto Áurea, nosso objetivo é preparar essas meninas negras. Infelizmente, nosso país é muito racista e preconceituoso. Você tem que se provar o tempo inteiro. Você tem que provar o tempo inteiro que você sabe que você merece estar onde você está. Eu sempre estive em lugares onde tinham muito poucas pessoas negras como eu, mas sempre busquei me inserir nesses lugares, como uma forma de ser referência. Quero ser uma referência para outras meninas e mulheres negras, para saberem que é possível sim, que elas são iguais sim, mas que nada é dado para ninguém. Como diz o Mário Sérgio Cortella, a vaca não dá leite, você tem que ir lá e tirar. Eu nunca tive uma vaca que me desse leite. Eu estou construindo o meu caminho e sendo muito feliz.