Levi critica vereadores do PSDB por declarações
Provocou reações no ‘núcleo duro’ do governo Daniel Alonso (PSDB), as manifestações contrárias ao projeto que prevê a transferência de poços profundos ao Departamento de Água e Esgoto de Marília (Daem), em troca de abatimento da dívida da Prefeitura com a autarquia.
A propositura estava na Ordem do Dia de sessão ordinária da Câmara da última segunda-feira (15) para segunda discussão, mas após intenso debate acabou recebendo pedido de vistas. O tema deve voltar para ser votado na semana que vem, mas corre o risco de ser rejeitado.
O secretário municipal da Fazenda, Levi Gomes, reclamou dos vereadores Wilson Damasceno e José Luiz Queiroz (ambos do partido do prefeito). “É loucura, sandice. Foram muito infelizes nas declarações. Estão fazendo oposição à cidade, à própria população”, opinou o secretário.
O homem forte das finanças de Daniel se queixou, especialmente, da posição contrária de Damasceno em relação a realização de obras (pela Prefeitura) para ampliar oferta de água na cidade, bem como a obra do sistema de tratamento de esgoto. Para ele, o delegado “joga contra a população”.
Em relação a Queiroz, o secretário reclamou da defesa explícita de privatização do Daem, que segundo Levi é um ativo importante da cidade, que precisa ser preservado, saneado e bem administrado.
“Como ele (Damasceno) pode ser contra a obra do esgoto? Como ele pode dizer que, se o Daem não tinha condições, não fizesse a obra? E a população? O Daem não tem condições de investimentos, por isso a Prefeitura teve que fazer”, defendeu Levi.
As afirmações de Queiroz, sobre a privatização, também tiveram resposta. “Fazem apologia para vender, para extinguir o Daem, isso é uma idiotice. Votam contra o Daem, contra a população. Fizemos um projeto de financiamento de máquinas com seis anos de carência, com 0,45% ao mês. Foram contra. Outra chance dessa o município não vai ter mais”, reclamou o secretário.
O Marília Notícia procurou Damasceno, que reafirmou a convicção de que a “Prefeitura promove desordem administrativa e financeira no Daem, há várias administrações”.
O vereador declarou-se contrário à realização de qualquer obra pela Prefeitura, para benfeitoria de uso e operação do Daem. Ele afirmou que a Prefeitura “tem que parar de dar o calote no Departamento” e não pode “assumir obras que a própria autarquia deveria contratar”.
“Tudo que o Executivo fez (poços, obra do esgoto) não foi com recurso da Prefeitura. É dinheiro de emenda, de financiamento. Então fica muito fácil agora querer trocar essas benfeitorias por dívidas de consumo de água que a Prefeitura deveria ter pago. Se aprovarmos (o projeto), estaremos institucionalizando o calote”, disse Damasceno.
Questionado sobre a alegação de que a Prefeitura perfurou poços e executou obra para não deixar a população sem as melhorias, o vereador emendou.
“Se o município pagasse a conta de consumo, o Daem teria condições de buscar estes mesmos créditos e honrar com a contrapartida. Não precisava fazer essa desorganização administrava e financeira. Quem deveria ter assinado com a Caixa para fazer a obra do esgoto deveria ter sido Daem, não o Executivo”, disse.
O vereador José Luiz Queiroz, que já se manifestou – em ao menos duas sessões recentes – contrário à transferência de poços para o Daem, disse ao MN que a proposta pela qual a Prefeitura quer pagar dívidas, é “muito ruim”.
“O projeto é muito ruim e prejudicial ao Daem. O Levi não tem argumentos para rebater o que nós trouxemos ontem na argumentação contra o projeto. Eu falo com o prefeito diretamente, não preciso de interlocutor como ele, que nada entende de saneamento básico”, disparou.
José Luiz disse ainda que Levi “deveria se preocupar com o rombo do Ipremm e pagar em dia servidores, aposentados e fornecedores”.