Justiça Federal procura ‘laranja’ da CMN após revelia
“Laranja” confesso no caso da Central Marília Notícias (CMN), grupo que envolvia o extinto Jornal Diário e duas rádios, Marcel Augusto Certain passou a ser procurado pela Polícia Federal, administração penitenciária e outros órgãos de captura.
Diligências devem ser realizadas ao menos a cada três meses na tentativa de localizá-lo. Trata-se de determinação recente da 2ª Vara da Justiça Federal de Marília, que declarou a revelia de Certain após tentativas frustradas de citá-lo para apresentar sua defesa em ação penal.
No mesmo processo também são réus: José Abelardo Guimarães Camarinha (Podemos), Vinícius Almeida Camarinha (PSB), Carlos Umberto Garrosino, José de Souza Junior, Ednaldo Roberto Perão, Antônio Celso dos Santos, Manoel Roberto Rodrigues, Marco Antonio Garcia e Carlos Francisco Cardoso.
O grupo foi denunciado pelos crimes de falsidade ideológica/falsificação de documento particular, uso de documento falso, desenvolvimento clandestino de atividades de telecomunicações; sonegação fiscal; coação no curso de processo e organização criminosa.
Apesar de a Justiça Federal não ter conseguido localizar Certain, o que exigiu sua citação por edital, a reportagem do Marília Notícia teve sucesso em contatá-lo em novembro de 2020, após um comentário feito por ele nas redes sociais.
Certain foi registrado como proprietário da Central Marília Notícias (CMN) – grupo de comunicação fechado pela Polícia Federal – junto com Sandra Norbiato, ex-esposa de seu irmão, Antônio Celso dos Santos.
Sandra e Antônio Celso já fizeram delação premiada no decorrer da Operação Miragem, na qual afirmaram que a família Camarinha era a verdadeira proprietária dos meios de comunicação.
Marcel disse ao MN que estava vivendo em Bragança Paulista (distante 438 quilômetros de Marília) e já teria confessado ser “laranja” de Vinicius e Abelardo em uma declaração pública registrada em cartório.
O acusado também já teria sido ouvido pela Polícia Federal em Campinas (distante 372 quilômetros de Marília) nos últimos anos.
Em entrevista exclusiva ao MN, Certain havia confirmado a intenção de procurar o Ministério Público Federal (MPF) para reafirmar que atuava como “testa de ferro” do grupo político.
ANDAMENTO
Após uma determinação para que o processo fosse digitalizado, a ação penal ficou parada por alguns meses na 2ª Vara Federal de Marília.
Os andamentos foram retomados e o juiz responsável pelo caso, além de informar os órgãos de captura sobre a revelia de Certain, também determinou a intimação de Manoel Roberto Rodrigues, para se manifestar sobre a oferta de um acordo de não persecução penal.
Também houve a determinação para que veículos da CMN, apreendidos pela Polícia Federal durante a Operação Miragem, sejam leiloados. Há pouco tempo, os automóveis ainda ocupavam espaço na delegacia da PF em Marília.
Outra ordem da 2ª Vara Federal de Marília envolve a inclusão da Advocacia Geral da União (AGU) como terceira interessada no processo para o compartilhamento de provas.
Mais uma decisão que consta no mesmo despacho retira o sigilo do processo, mantendo em segredo apenas parte dos documentos juntados aos autos.