Justiça recebe denúncia contra ‘irmãs do saco’ e marca audiência
A Justiça de Marília recebeu a denúncia contra as irmãs Wania Santos Silveira e Andrea Santos Silveira de Sousa, suspeitas de serem as responsáveis pela morte do aposentado Donizeti Rosa, de 60 anos, encontrado embalado em sacos plásticos, no dia 9 de novembro do ano passado, no Centro de Marília. Uma audiência sobre o caso foi marcada para o dia 13 de julho, no Fórum da cidade.
A audiência será realizada a partir das 9h30, ocasião em que as irmãs serão interrogadas. Testemunhas de defesa e acusação também devem ser ouvidas, ainda que remotamente.
O pedido de instauração de incidente de verificação de dependência toxicológica e de sanidade das irmãs será apreciado na instrução.
A Justiça recebeu a denúncia oferecida pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) contra as acusadas, tendo em vista a prova da materialidade e indícios da autoria.
Segundo a Justiça, houve demonstração da materialidade delitiva, de acordo com a peça de instauração do inquérito policial, Boletim de Ocorrência, autos de reconhecimento fotográfico, relatório de investigação, autos de reconhecimento pessoal, autos de exibição e apreensão e laudos periciais.
Além disso, conforme o Judiciário, pelos depoimentos colhidos na fase inquisitiva, foi entendido que “estão delineados os indícios de autoria, na esteira do relatório final da autoridade policial”, afirma o documento.
DENÚNCIA
Segundo o MP, entre os dias 30 de outubro e 8 de novembro de 2022, em horário incerto, na rua Quatro de Abril, 316, apto 206, Wania Santos Silveira e Andrea Santos Silveira de Sousa, teriam matado a Donizeti Rosa, com emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima e meio cruel.
No dia 9 de novembro de 2022, por volta de 0h, na rua Quatro de Abril, defronte ao numeral 356, as irmãs teriam ocultado o cadáver da vítima.
Segundo a acusação, as denunciadas e a vítima residiam juntas há vários anos, em relação de natureza não apurada, de modo que Donizeti aparentava-se sempre com fome e desnutrido.
Conforme o Ministério Público, em data não precisada e por motivos não esclarecidos, Wania e Andreia teriam decidido tirar a vida da vítima. Elas teriam amarrado Donizeti em uma cadeira e o deixaram sem qualquer alimentação ou hidratação, causando-lhe intenso e desnecessário sofrimento físico e psicológico (meio cruel), revelando, brutalidade além do comum e em contraste com o mais elementar sentimento de piedade.
Passados alguns dias, a vítima acabou vindo a óbito. Na sequência, as irmãs teriam amarrado o cadáver da vítima com panos, roupas e sacos plásticos, ocultando-o junto ao lixo jogado na via pública, nas imediações do local dos fatos.