Justiça Militar anula punição a policial envolvido no ‘caso da carteirada’
A Auditoria Militar Estadual julgou procedente o pedido feito pela defesa do sargento Alan Fabrício Ferreira e anulou a punição a ele imposta no Conselho de Disciplina da Polícia Militar do Estado de São Paulo, no polêmico episódio que ficou conhecido como “caso da carteirada”.
A ocorrência ganhou repercussão em agosto de 2020, quando o policial apreendeu um veículo conduzido pela filha da vereadora Daniela D’Ávila (PL). Na ocasião, a parlamentar ligou para a comandante do 9º Batalhão de Polícia Militar do Interior (9º BPMI) tenente-coronel Márcia Cristal, que entrou em contato com o policial e ordenou que liberasse o veículo.
Em maio do ano passado, o sargento foi punido com cinco dias de detenção, após decisão do Conselho Disciplinar. Em recurso, a decisão foi suspensa e agora anulada definitivamente. O policial correu risco de ser expulso da Polícia Militar.
De acordo com o advogado Marcos Rogério Manteiga, especializado em Direito Militar e defensor do mariliense, houve perseguição contra Alan Fabrício Ferreira após a apreensão do automóvel.
“Justiça feita ao sargento Alan. Todo procedimento feito contra ele foi anulado pela Justiça, ficando claro que existia perseguição e vaidades da alta cúpula do Comando de Marília e de Bauru. Agora é partir pela responsabilização, exigindo do Estado indenização e processar quem o denunciou caluniosamente na esfera criminal”, afirma o advogado.
RELEMBRE
Tudo começou quando a vereadora ligou para a comandante da Polícia Militar em Marília, a então tenente-coronel Márcia Cristina Cristal, durante a apreensão do veículo que era conduzido por sua filha, de propriedade da própria parlamentar.
O veículo foi apreendido por Alan, que apontou como causa o vencimento do licenciamento e “pneus carecas”. Um áudio vazado mostrou Cristal ligando para o militar com ameaças e humilhações, para que o veículo não fosse apreendido.
Ao menos até o final do ano passado corria um inquérito sigiloso na PM para apurar a polêmica.
Paralelo a isso, em dezembro de 2020, a Câmara de Marília inocentou Daniela do caso e arquivou o pedido de cassação por quebra de decoro e tráfico de influência por parte da parlamentar, que foi reeleita no último pleito municipal com 1.898 votos.