Justiça marca audiência sobre desvios na Unimed
A 1ª Vara Criminal do município marcou para outubro e novembro as audiências de oitiva de testemunhas de defesa e acusação na ação que apura um suposto desvio de aproximadamente R$ 30 milhões ao longo de nove anos na Unimed Marília – entre 1997 e 2006.
A denúncia foi recebida pela Justiça em março de 2015, mas o inquérito havia sido iniciado em 2009. O processo apura os crimes de estelionato de forma continuada e formação de quadrilha.
São apontados na ação pagamentos feitos para pelo menos duas empresas que, suspeita-se, não teriam prestado os serviços para Unimed.
São réus Gustavo Rojas (ex-superintendente e ex vice-presidente da Unimed), Francisco Quirici Neto (que já foi vice-presidente e presidente da cooperativa), o contador Paulo Roberto Rosa (ocupou o cargo de gerente administrativo da Unimed), Vânia Marília Seren, Marília Seren Rosa (que teriam recebido recursos possivelmente desviados em contas de empresa que eram sócias) e os empresários Whashington José dos Santos e Fernando Aparecido Romeu.
Em manifestação do juiz responsável pelo caso, constam alguns detalhes sobre as acusações. Whashington, sócio da empresa Latina Fly, teria celebrado contrato com a Unimed Marília e recebido R$ 2,2 milhões, “embora sem contra prestação de serviços”.
Consta na denúncia que a empresa Latina Fly efetuou depósitos nas contas correntes dos corréus Francisco e Gustavo, então diretores da Unimed Marília.
Washington também seria sócio de outra empresa, a Uniserv, que tinha o empresário Fernando Romeu como procurador e representante. Para a Uniserv teriam sido pagos R$ 27 milhões, também “sem contraprestação de serviços”.
Em 2015 o Marília Notícia publicou reportagem onde havia sido apurado que entre os ‘falsos’ serviços, estão viagens de avião para o transporte de pacientes graves que necessitavam de UTI móvel aérea.
Durante a investigação policial, foi solicitada a apresentação de pacientes, datas e outros detalhes sobre esses supostos serviços, mas os dados não foram apresentados, segundo o juízo.
Na época do recebimento da denúncia pela Justiça, a informação era de que as suspeitas surgiram em 2005, quando a Unimed teria comprado cerca de 400 computadores.
A situação incompatível com a necessidade da Unimed na época e a falta de respostas aos cooperados que desconfiavam de crimes, resultou em uma medida judicial que iniciou o processo de apuração pela Polícia Civil e Ministério Público.
No despacho, consta a negativa para o pedido de quase todos os envolvidos de absolvição sumária sob a alegação de prescrição.
Outro lado
A reportagem não conseguiu contato com os envolvidos na ação, mas o espaço está aberto para a manifestação das partes.