Justiça liberta suspeito de ser mandante de execução
A Justiça concedeu liberdade provisória ao empresário Ralf Tadeu Inforzato Gaspar, suspeito de ser o mandante do homicídio que teve como vítima o vendedor Walter Luiz Aparecido Marcondelli Júnior, de 40 anos, em frente a uma garagem de veículos no bairro Fragata, em Marília. Ele terá de cumprir algumas determinações impostas judicialmente, como não manter contato com testemunhas ou outros réus.
A decisão do juiz Paulo Gustavo Ferrari foi protocolada no sistema judicial por volta das 17h desta terça-feira (5). O magistrado entendeu que um dos motivos determinantes para a decretação da prisão preventiva do suspeito, no dia 28 de julho, além de sua manutenção, foi a informação de que ele teria coagido um envolvido no caso, para que alterasse o seu depoimento, inclusive o ameaçando de morte, demonstrando o efetivo intuito de interferir na instrução criminal.
De acordo com o entendimento do juiz, foram apresentados novos fatos que, embora não afastem a eventual responsabilidade do réu, fizeram com que a prisão fosse revista. “Assim, diante dos novos e relevantes fatos trazidos aos autos, é necessário rever a prisão cautelar, revelando-se pertinente o pedido formulado pela Defesa”, diz o juiz em sua decisão.
O último acontecimento que influenciou diretamente na decisão de conceder a liberdade para o empresário foi a tentativa de extorsão sofrida por um integrante de sua família. Um homem de 40 anos exigiu R$ 120 mil em dinheiro para que o suspeito de ser executor do crime, Anderson Ricardo Lopes, o ‘Ricardinho Kong’, o inocentasse durante a fase atual do processo.
Ferrari concedeu a liberdade provisória, mas impôs medidas cautelares. O empresário obrigatoriamente terá que comparecer aos atos que for intimado, além de manter os contatos atualizados.
Ele também está proibido de se ausentar de Marília por mais de oito dias sem autorização judicial. A Justiça ainda determinou que ele não mantivesse nenhum tipo de contato com testemunhas e corréus, sendo ainda obrigado ao recolhimento domiciliar no período noturno e em dias de folga.
NOVOS FATOS
O novo fato que fez com que a Justiça concedesse a liberdade para o empresário foi a tentativa de extorsão sofrida por um integrante de sua família. Um homem de 40 anos exigiu R$ 120 mil em dinheiro para que o suspeito de ser executor do crime, Anderson Ricardo Lopes, o ‘Ricardinho Kong’, o inocentasse durante a instrução processual.
O Ministério Público e a Polícia Civil foram informados sobre a suposta extorsão e o homem foi preso em flagrante na última sexta-feira (1º), em um bairro da zona Leste de Marília, após receber um adiantamento de R$ 10 mil em dinheiro.
Ele foi autuado pelo crime de extorsão e foi transferido para uma unidade prisional da região. As informações contidas nas declarações do suspeito preso não foram confirmadas e ainda devem ser investigadas pela Polícia Civil.
INVESTIGAÇÃO
Durante o trabalho de investigação sobre o crime, a Polícia Civil teria apurado que uma agressão física sofrida pelo filho do empresário teria motivado a revolta. O suspeito tinha a suposta intenção de revidar a agressão, mas o objetivo não seria matar o agressor, que acabou sendo confundido com Walter.
Um intermediário, que não teve o nome divulgado, teria contratado Anderson Ricardo Lopes, o ‘Ricardinho Kong’, para fazer o serviço. Ele teria sido ameaçado de morte por Gaspar, que teria exigido que ele mudasse o seu depoimento para a Polícia Civil.
O juízo da 2ª Vara Criminal de Marília, que determinou a prisão preventiva, entendeu que Ralf teria demonstrado o efetivo intuito de interferir na instrução criminal.
Após ser preso por policiais civis da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), Gaspar foi encaminhado para a Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Marília e posteriormente transferido para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Álvaro de Carvalho.
O CASO
O crime foi registrado na rua Doutor Reinaldo Machado, às 8h13, próximo ao Hospital das Clínicas, em dezembro de 2022. Segundo a polícia, o assassino chegou em uma moto e atirou na vítima.
O homem, posteriormente identificado como Walter Luiz Aparecido Marcondelli Júnior, caiu entre dois veículos que estavam estacionados na rua. A arma do crime – um revólver calibre 38 – foi abandonada no local pelo autor.
De acordo com o delegado titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), Luís Marcelo Sampaio, o criminoso efetuou ao menos cinco disparos. Testemunhas relataram que a vítima descia pela calçada da via pública, quando o autor chegou na moto, com mochila de entregador nas costas, desembarcou do veículo e começou a atirar.
A vítima teria tentado se esconder, mas caiu. O assassino foi na direção de Walter efetuando mais disparos, segundo a polícia. Imagens de câmeras de segurança flagraram a ação. O Samu chegou a ser acionado, mas o óbito foi constatado. Walter foi atingido no braço, abdômen e cabeça.